31 de julho de 2009

Leonard Cohen - Tiro-te o meu chapéu!








A noite passada, no Pavilhão Atlântico, Leonard Cohen cantou, encantou, arrebatou.
Predominava uma geração cinquentenária, salpicada aqui e acolá, por outra de gente acabada de chegar à idade adulta. A meu lado um jovem só, anelado na orelha por uma meia lua de prata, parecia sentir-se fora do contexto
O Pavilhão rebentava de ânsia e de espaço.
“Dance me to the end of love” foi apenas o começo. Depois foi um chorrilho de canções de amor e de incentivos à paz.
O seu rosto cheio de esgares de raiva, escondido pela penumbra dum alcapónico chapéu, reflectia afinal ternas palavras de amor. Foram três horas de cumplicidade com o público do seu tempo
Na segunda parte, o bilingue Cohen não parou de fazer parecer que ia acabar o espectáculo. Cada canção era uma despedida e um hino ao bruá da multidão.
Duma postura irrepreensível, Cohen teve a coragem de dar espaço aos seus músicos, já que, individualmente todos tiveram direito a uns minutos de glória. E que músicos! Acima de tudo era um senhor de se lhe tirar o chapéu que estava à minha frente.
Le Partizan, Aleluia, Suzanne e Dance me to the end of love, tocaram-me particularmente, pois, a primeira vem ainda dos meus tempos de vivência em Paris, há quatro décadas, e as outras das minhas fases românticas que se lhe seguiram
A sua quente e doce voz murmurou no adeus:
- Tento deixar-vos , mas …
So long Marian! I’m your man!
Leonard – tiro-te o meu chapéu!

20 comentários:

Sendyourlove disse...

... adorava ter tido esse prazer...

Paula Raposo disse...

Gosto da voz do Leonard Cohen. Deve ter sido um espectáculo lindíssimo. Não fui. Beijos, bom fim de semana.

Maria disse...

Kim:
Põe o Partizan, não consigo encontrá-lo.
Viste por lá o Bicho ou ele teve juízo e não foi?
Gostava de ter lá estado.
Ainda bem que foste e gostaste.
Beijinho

mariabesuga disse...

Nós fomos o ano passado. 19 de Julho, véspera do dia do meu aniversário. Prenda para dois...

Fomos e gostámos e foi um espectáculo enorme no passeio marítimo de Algés. Enorme pelo "tamanho" do Cohen de quem adoro a voz e o jeito e o sentido das palavras.

Beijo Kim
Obrigada pela "reportagem" que me fez lembrar o concerto a que assisti.

Laura disse...

Olá. Não me lembro se alguma vez o ouvi, o nome conheço-o daqueles tempos, mas, parece que ainda nem experimentei e assim, vou por uma musica dele a tocar, e ouvirei...
Beijinhos Kim, e, fizeste muito bem, há que saber levar a vida e usufruir de tudo o que ela nos pode dar e a que temos direito... ele já é bem cota, mais velho que nós.
Beijinhos.

Laura disse...

Gostei...sabes que mais? Fizeste-me falta para cantares para mim, como da outra vez, tu no banco do pc, eu no sofá, e que magia aconteceu..estou agora a ouvir a So Long, Mariann.
Beijinhos Kim, e feliz fim de semana, recheado de coisas boas. laura.

Teté disse...

Não sou fã, mas Aleluia é sem dúvida a minha favorita. Uma das melhores músicas de sempre, no meu modesto entender... :)

Beijocas!

Cristina disse...

Bom fim de semana, Kim, e até a semana proxima!Bisous.

Je Vois La Vie en Vert disse...

Amigo Kim,
O Pavilhão Atlântico não tem boa acústica mas parece que estiveste ao pé do palco.
O Cohen tem uma voz às vezes águda, às vezes grave, uma voz muito especial. Ainda bem que gostaste! Fico feliz por ti! Se eu lá estivesse também teria gostado e relembrado os velhos tempos. Gosto de todos os Haleluja's e era capaz de cantar com ele.....

Beijinhos

Verdinha

Os meus 2 homens foram viajar e estou sozinha para uma semana mas a lista das coisas que vou aproveitar para fazer é tão extensa que só poderei sentar-me um pouquinho em frente ao computador ! É uma solidão que vou apreciar porque não estou habituada a ela, felizmente !
Como diz a música no meu blog : "je suis libre comme l'air"...

antonior disse...

Pegando na deixa do último comentário, eu também não gosto de idolatrias e isso de ser fã lembra-me logo fenómenos borbulhentos de adolescências histéricas, acríticas e seguidistas. Mas confesso-te, que este caso do Cohen (e mais meia dúzia) coloca-me algumas dificuldades.

Ouvi pela primeira vez esse senhor, nos meus 15 anos, portanto em 1969. Num velho rádio Siemens, a válvulas, passou Suzanne, e eu que já sabia umas coisitas de inglês ouvi, e continuei a ouvir até hoje. Portanto, 40 anos a ouvir Cohen.

Tenho toda a musica gravada a maior parte em vinyl e em CD. Hoje, a esmagadora maioria da música que ouço não tem nada a ver com este tipo de música, mas continuo a guardar um lugar em que, entre outros, Leonard Cohen sempre cabe.

Cohen nunca foi um compositor que fazia umas musiquitas e umas letrinhas para elas. Cohen é um poeta que musica os poemas com sensibilidade. Os seus livros atestam esta ideia apesar de não serem tão mágicos como algumas das canções. Nas minhas preferências: Famous Blue Raincoat, Joan of Arc, Avalanche, Suzanne, Bird on the wire, A singer must die, There is a war, Take this waltz, Tower of song...

Como a Maria Besuga já disse acima, o ano passado lá estivemos no concerto, este ano não pudemos. Recordo um concerto dele no Pavilhão de Cascais há vinte e tal anos, penso que em 1985, a acabar com uma com uma Hallelujah apoteótica, com uma assistência rendida. Espero que para o ano o senhor Cohen ainda esteja vivo e produtivo para nos voltar a visitar.


Realmente, sem idolatrias, concordo com o tirar do chapéu.


Acabo o comentário com a consciência do sorrisos irónicos que o mesmo suscita perante a minha recusa ao fenómeno dos fãs...

Abraço

Carla D'elvas disse...

a voz... cava e solene, nasce-lhe da alma. é a própria voz da alma.

In my secret life, digo eu...

http://www.youtube.com/watch?v=s_vSIpwOOgE&feature=related


beijo meu

Cristina disse...

Bom fim de semana; amigo.Até a semana proxima!!
Bisous.

Osvaldo disse...

Kim;

Léonard Khoen, é um dos Monstros Sagrados da Música que toca o coração da humanidade.

Não me canso de o escutar e também eu, comuita reverência;
LHE TIRO O CHAPÉU!!!!

Grande Léo...

Um abraço, Kim.
Osvaldo

Laura disse...

Deixar um abraço de bom Domingo, descanso, passeio e paz.. Beijinhos meus, laura,

BlueShell disse...

Perfeito
BlueShell

Anónimo disse...

Seve disse...

Oh Antonior efectivamente essa coisa dos fãs é algo que seria preciso extirpar pois foi algo inventado por alguém que tem interesse em vender algo, daí que ser fã de é sinónimo de "ingenuidade" e diferente de gostar e infelizmente há pais que incentivam quando deviam extirpar (arrancar pela raíz) pelo que de nefasto tal enforma.

Anónimo disse...

Seve disse....

Oh Laura o Leonard Cohen não é velho, tal como não será velho o Sinatra, jamais será velho o Zé Afonso, mesmo fazendo hoje 80 anos, a Amália nunca será velha, a Piaf nunca será velha....

Laura disse...

Olá Seve, bem, este é vivo e nas fotos parece cota, mas, entendi o que queres dizer, os velhos mitos nunca serão velhos, porque continuarão a encantar quem os ouve...é isso seve? Um abraço para ti..e um jinho também, ou és um mito? ahhhhhh, nunca envelhecerás, ahhhhhh, estou na brincadeira..jinhos meus. laura.

Parisiense disse...

Também gosto muito deste cantor.
Foi com muita pena que não pude ir a esse concerto, mas tenho amigas minhas que foram e adoraram.
A ouvir a voz dele no telejornal lembrei-me de Gainsbourg...que pouco cantou na vida mas tinha tambem ele uma voz meia rouca e sensual.

Bisous mon ange.

Anónimo disse...

Seve disse...

Olá Laura; sabes que há um grande filme que se chama LAURA.....este sim muito antigo, ainda a preto e branco, dos anos 50, mas um grande filme.