30 de maio de 2011

Só por amor!

Sei bem que estava na fase madura da minha vida e não sendo ainda condor também não era propriamente ave de rapina, mas ...


Talvez tocado por Afrodite, trilhei sempre caminhos plenos de paixão, ora a dar, ora a receber. E se bem que os meus olhos apenas vissem o paraíso onde reinava essa coisa maravilhosa chamada mulher, não conseguia evitar que algumas pessoas (homens e mulheres) se fossem atravessando, tentando a sua sorte.

Foi neste contexto que certo dia, um rapazola que diariamente se debruçava á janela do primeiro andar onde morava e quase diariamente tentava acertar-me com o fulminante do seu olhar sem nunca me atingir nem sequer de raspão.

Habituado que estou, desde sempre, a tudo fazer para colmatar as necessidades de não importa quem, eis que um dia este jovem (ele teria vinte e poucos anos e eu quase quarenta) entra no meu escritório e delicadamente pediu-me se eu não me importava de lhe preencher, à maquina ou em computador, um envelope que ele pretendia enviar para uma Sexshop na Holanda.

Meio embaraçado com semelhante pedido, acedi.

Fui ao computador, escrevi o remetente e o endereço, mandei imprimir e eis que o envelope fica prontinho. Entreguei-lho e verifico que ele fica a olhar para o envelope sem nada dizer. Pergunto-lhe se está tudo bem e finalmente arranja coragem para me dizer:

- É mesmo isto que eu quero, mas se não se importa preencha-me outro e escreva o endereço um pouco mais à direita.

Perplexo com o pedido e sorrindo para dentro, fui ao computador, empurrei o texto mais para a direita e imprimi outro envelope, que lhe voltei a entregar.

Olha para o envelope, fica a olhar para mim e com gestos e linguagem próprio de quem prefere os homens em detrimento das mulheres, quase implora.

- Ai meu senhor, está óptimo mas se não o incomodasse muito pedia-lhe para puxar o endereço mais para cima.

Perante isto e a transbordar de apetência evangelista, fiquei danadinho para ver até onde é que iriam os seus pedidos. Lá fui preenchendo envelope atrás de envelope, já que havia sempre algo que não estava a seu contento, até que ao sétimo dia, aliás envelope, o seu sorriso se abriu.

- Que maravilha! Agora está excelente! Por favor, diga-me quanto lhe devo?

Com alguma pena por não poder testar até onde iria a minha paciência, respondi-lhe:

- Não deve absolutamente nada!

Surpreso com a minha benevolência, insiste:

- O senhor teve um trabalhão e não me leva nada porquê!

Quase sem pensar, a minha veia diplomática iluminou-me e respondi:

- Porque há coisas que eu só faço ... por amor!


Ainda hoje o vejo regularmente mas julgo já não estar por mim apaixonado!



27 de maio de 2011

Adieu - mon vieux Jacques

Havia algo de semelhante nas nossas vidas. Havia ainda muitos repastos para saborear e muitas estórias para contar. Havia um amigo, que já não há.
Adeus amigo! Adieu mon vieux Jacques!

À bientôt!

23 de maio de 2011

Às vezes - obrigado amigo(a)s!

Na passagem do meu sexagésimo aniversário recebi centenas de manifestações de carinho, sob todas as formas de contacto, que desde já agradeço.
A todo(a)s o meu obrigado e podem contar sempre com a minha amizade.

Dessas manifestações não posso deixar de realçar a prenda que me foi oferecida por estas minhas quatro lindas amigas.
Copiaram do meu blog desde o seu início em Fevereiro de 2007, setecentos e vinte posts e transformaram-no neste caderno/livro.
Muito mais que uma simples prenda, é acima de tudo algo que eu já tinha imaginado, sem no entanto ter arranjado coragem para tal.
À Antonia, à Alice, à Beta e à Carla o meu sentido agradecimento.

Passo a transcrever a mensagem que escreveram na capa do caderno


Na passagem das horas, dos dias, dos anos …
No virar das páginas da vida
Trazes dentro do coração
Os lugares onde estiveste e viveste
As janelas que abriste e miraste
Os cheiros e as sonoridades

Os rostos, os sorrisos e as lágrimas
Os gestos, os sentimentos, as sensações
Tudo isso e tanto

E no entanto tão pouco para descrever a pessoa …
Haverá sempre mais um minuto, mais uma experiência
Mas o mesmo Kim de sempre
Mais experiente, mais calejado, com mais tempo para dar …
Mas sempre a mesma face sorridente e modo afável
Criativo e atento ao mundo
E sempre de braços abertos para os seus amigos

Das meninas, Antónia, Carla, Alice e Beta, para o melhor Boss do mundo
Com muita amizade - Parabéns!

20 de maio de 2011

Às vezes - volto a nascer!

Foi há muito!
... e hoje é o primeiro dia do resto da minha vida!
Nem sei como se pode agradecer a quem me colocou neste mundo mas devo-lhe o sorriso que os meus olhos sempre tiveram.
Tem sido uma vida díficil e nem sei se tenho culpa de ter vivido, pecado, amado ... perdidamente!
Serge Regianni cantou um dia:
- Bebo às mulheres que não amei, aos filhos que não tive e a ti que me quiseste bem!
A quem amei, a quem amo, aos meus filhos, aos meus amigos, deixo o grito dum homem feliz. Muito!
Às vezes - sinto-me diferente! Nas virtudes e ... nos defeitos!



Sabendo da minha tristeza por um um ano desportivo menos bem conseguido e não ignorando que não há mal que sempre dure, dois amigos (jogadores internacionais do meu Benfica - Futsal e da Seleção do Brasil) visitaram-me para me dizer que o amanhã é já a seguir e uma nova vida renasce todos os dias.

César Paulo, Diego Sol e uma prenda antecipada para mim - a camisola do jogo que o sagrou campeão europeu ao serviço do Benfica.



Obrigado César pelo peso que tem esta "camiseta" com tu dizes. Não é todos os dias que se é campeão europeu nem todos os dias se oferece a recordação que esse dia deixou.
O meu filhote Luís, agradece.


Faltam-me apenas amigos no des(Porto), para me dar bem com ... Deus e o Diabo!

17 de maio de 2011

Vota - apesar dos filhos ...!



Alguém teve a brilhante ideia de dizer o que muitos pensam e ... fazem!

11 de maio de 2011

A Feira do Livro - e eu!

Findara o dia. Igual ao de ontem, do mês passado, de há muitos anos.
O 746 levava-me directamente ao Parque Eduardo VII e não hesitei um segundo em nele entrar e ir até à Feira do Livro.
Às vezes, sabe-me bem deixar de lado as mordomias e o conforto burguês a que nos vamos habituando, usando a nossa carripana para tudo e para nada. Quando a isso não sou obrigado, é-me grato entrar num qualquer autocarro e sair onde me apetecer. Assim fiz desta vez, só que havia a diferença dum destino traçado.
No autocarro entretive-me a ler os
rostos dos velhos que iam entrando. À esquerda, à direita e quase colados no meu olhar, ei-los a desfilar me na mente, imaginando a beleza que outrora cada rosto daqueles terá encerrado. É estranho que os problemas da vida me deixem ainda tempo para reflectir sobre uma realidade, já tão próxima da que à minha frente galopa. Mais estranho ainda é que consegui também saltitar nas suas vidas e nos seus problemas.
Provavelmente não terei acertado. Certamente constatei uma realidade. Passamos ao lado uns dos outros sem que o ego se transporte para a margem oposta.
O rei está na barriga e eu já começo a ter alguma. Que pena!
Quando não tiver para onde olhar, restam-me “os amigos” que adquiri, à espera que o impulso os devore.

Às vezes - eu e todas as espécies de feiras, falamos a mesma linguagem!



9 de maio de 2011

Saramago - a tela da cumplicidade!

Em tempos ... não gostava de Saramago-homem (e não gosto muito, ainda).


Depois, os amigos presentearam-me com ... coisas várias.


Explicações sobre a sua pessoa, livros e alguns debates sobre o tema, aliviaram os meus temores, sem no entanto os dissipar.


Saltar do homem ao escritor, foi um pulinho e instalei-me na imensidão dum cérebro congeminador de sonhos e pecados, ciente que entre o divino e o pagão a diferença não existe.


A marcar tal ironia, um amigo de longa data ofertou-me esta tela que marcará o princípio do arrependimento. Não é díficil adivinhar quem foi o ofertante!


Um beijinho à mãe dele, D.Irene (passam agora cinco anos de saudade)


José Saramago

5 de maio de 2011

Raul Solnado - Obrigado e Muito Obrigado

Tenho saudades de ti, amigo!

Obrigado e muito obrigado!

Desculpa lá o "descurso" da legenda, mas não fui eu que escrevi isso.