13 de julho de 2015

Alberto Vaz da Silva - o fim!





Morreu uma parte de mim.
Alberto Vaz da Silva, o grande, o enorme, o máximo, o inatingível.
Nunca eu tive alguém que tivesse tido tanta influência na minha já longa estrada da vida.
Falávamos de coisas que só nós entendíamos porque elas não eram entendíveis. 
Alberto, era a sabedoria, o espaço, o infinito. Era Rá, era Rilke, era Mozart! 
Telefonou-me há quinze dias para saber do meu estado de saúde, mas a sua voz já quase adormecia. 

Era afinal uma despedida, um adeus, um até já, que eu não entendi. Já me foi só possível acariciar o seu ataúde.
Para trás ficaram cinquenta anos duma amizade que eu não procurei, mas que veio ter comigo.
Alberto, estava ansioso para saber o que iria encontrar do outro lado, sabendo que seria mais uma partícula de essência a orbitar no cosmos que tanto amou.
A sua última entrevista ao Expresso era já a ânsia dessa descoberta!
A cultura ficou mais pobre.
Hoje, Alberto voltou ao pó!
Adieu l’ami!