29 de junho de 2013

César Paulo - O imperador do SLB

O brasileiro, camisola 13, não renova com o Benfica, após seis anos de fantásticas exibições
O Jantar que tínhamos combinado, ficou adiado enquanto repousa a emoção.
Tinha ficado entre os três melhores atletas de alta competição.

César Paulo, abandona o Benfica!
Natural de Brasília, venceu todos os títulos que havia para vencer, ao serviço do Benfica.


Recebi este murro no estômago como se fora o ribombar dum trovão que me atordoa a mente, mas ...

Meu querido amigo,contrariamente ao que a foto possa sugerir, isto não é um passo atrás na tua vida. É apenas o alerta de que, às vezes é preciso dar uma passo atrás para poder dar dois em frente.
Hoje é certamente o fecho dum ciclo maravilhoso na tua vida.
Por isso não há que lamentar o que também não vai acontecer. O teu caminho está traçado há muito, logo não vejas este tropeção como uma praga que chegou a ti.
Tens uma família maravilhosa e essa é única coisa que interessa na vida. Na glória, como no sofrimento, terás sempre o apoio de quem te ama.
O mundo é feito destas injustiças e tu não merecias terminar neste clube, da forma como o fizeram.
És uma pessoa extraordinária, que eu gostaria de ter defrontado, mesmo sabendo que eras um adversário temível.
Não jogues agora por terra todos os momentos bons que tiveste e também o ombro amigo de todos os que te acompanharam nestes seis anos portugueses. Foste e serás sempre um ídolo, mas até os imperadores sucumbem um dia, pois a glória é também efémera.
Não desanimes amigo!
Triste, muito triste, seria não teres saúde para poderes desfrutar dos que te querem. Isto é apenas um pequeno contratempo da tua existência, nada mais. Eles te esperam com a mesma ansiedade com que jorras as tuas preces em qualquer santuário. Continua sempre a acreditar que a alegria não acaba já aqui.
És um homem feliz e não é um pequeno percalço que te vai fazer dobrar. Um "pivôt vai a todas," e vence-as.
Acredita no amanhã, e pensa só nas coisas boas que tens.
Quando eu era jovem e teimava em desafiar os Adamastores, nunca saía derrotado, pois acreditava sempre que a minha vida não acabava ali. Eu era maior que todos os imponderáveis e isso fazia de mim o imperador de mim mesmo. Faz o mesmo, pois estás ainda a tempo de descobrir para que lado corre o rio da vida.
Tens a teu favor a juventude que já me fugiu, aproveita-a e agarra-a com todo o corpo, não apenas com as mãos.
Um dia irás lembrar-te destas palavras e perceberás então quão ínfímos eram os teus temores, sabendo aqueles com que a vida nos costuma brindar.
Vai em frente meu amigo. Olha sempre o horizonte e terás a certeza que as novas manhãs que se adivinham, terão um raiar diferente na certeza das tuas dúvidas.
Acredita em ti, amigo.
Eu estarei no dobrar de cada esquina, onde me poderás encontrar.
Governa o reino que mereces, porque será de César o que é de César!

23 de junho de 2013

Verdes anos!

Há muito, muito tempo, era eu uma criança ...
Como qualquer criança da minha idade, na primeira classe, comecei por ter um saco para transportar os livros da escola, feito duma espécie de ganga de terceira, parecida com a dos vendedores de jornais.
 Depois, na segunda e terceira classe, passei a ter outra, em cartão, tipo pasta de arquivo com fecho, a que perdi o rasto.


Mais tarde, já na quarta classe, tive direito a esta pasta, que guardo religiosamente, feita de cabedal mais duro que o corno do unicórnio e sem qualquer divisória.  
Nos primeiros tempos, julguei-me um super-homem. Percebi depois, que tudo na vida é efémero.




Esta era a minha felicidade, de tão simples que era!

19 de junho de 2013

Ainda o Acordo Ortográfico

Revejo-me inteiramente na revolta do Acordo Ortográfico.
Sendo adepto da mudança, sou-o também da moderação.
Assim ...



"O juiz Rui Teixeira, que conduziu a instrução do processo 'Casa Pia' e que agora está colocado no Tribunal de Torres Vedras, não quer os pareceres técnicos sociais com o novo Acordo Ortográfico", revela o Correio da Manhã na edição de hoje.

O magistrado enviou uma nota à Direcção Geral de Reinserção Social (DGRS) em Abril onde se podia ler, que esta "'fica advertida que deverá apresentar as peças em Língua Portuguesa e sem erros ortográficos decorrentes da aplicação da Resolução do Conselho de Ministros 8/2011 (...) a qual apenas vincula o Governo e não os tribunais'".

Ainda segundo o Correio da Manhã, a DGRS pediu um esclarecimento ao juiz, tendo este respondido que a "'Língua Portuguesa não é resultante de um tal «acordo ortográfico» que o Governo quis impor aos seus serviços', diz o juiz, acrescentando que 'nos tribunais, pelo menos neste, os factos não são fatos, as actas não são uma forma do verbo atar, os cágados continuam a ser animais e não algo malcheiroso e a Língua Portuguesa permanece inalterada até ordem em contrário'", escreve o Correio da Manhã.

16 de junho de 2013

Parabéns J.C.


O quê?


Muitos parabéns, amigo


Continua a ser feliz, em todos os palcos da vida!

2 de junho de 2013

Táxi para o Colombo!

Há poucos dias apanhei um táxi nas Portas de Benfica.
Entrei no dito e informei o motorista que pretendia que me levasse ao Colégio Militar, para não dizer Centro Comercial Colombo. Pretendia eu comer uma bifana na praça que habitualmente ali nasce em dias de futebol, o que era o caso.
O motorista falava pelo telemóvel com alguém aparentemente muito chegado, pareceu-me a mulher.
Lá continuou a viagem com se eu não existisse, sempre falando, ora num tom lamuriante, ora num tom desesperante.
Aos poucos comecei a questionar-me sobre o motivo pelo qual me estaria a levar em sentido bem diferente. Passou a estação de Benfica e dirigia-se já para Monsanto, quando lhe toquei no ombro e voltei a lembrá-lo que eu queria ir para o Colégio Militar. Surpreso e humilde, desligou finalmente o telemóvel e fazendo inversão de marcha, desculpou-se em todas as direcções. 
Começou então a desfiar o rosário do seu calvário.  
O filho tinha abandonado o país e a família, sem sequer se preocupar com a responsabilidade que o seu velho pai tinha às costas, por ter sido seu fiador na compra da casa.
Penhoraram-lhe uma boa parte da pequena reforma e estava agora obrigado a fazer umas horas ao volante dum táxi de alguém conhecido. De seu, já nada tinha. 
Já não lhe bastava carpir as maleitas que a terceira idade é pródiga em fazer chegar, como também agora tinha de pagar pelo incumprimento dum filho que abandonou o barco. sem dele não mais se conhecer o poiso.
Era disto que falava ao telefone e o que o fez perceber Pupilos do Exército em vez de Colégio Militar, foi exactamente a intranquilidade que a sua cabeça já carregava.
Estava perdoado o pobre homem, aquele que por momentos quase me irritou, não só pela corrida mais cara que acabei por pagar (porque quis) mas também por quase me ter ignorado enquanto passageiro.
Às vezes - esqueço-me de ver o que existe para lá de outros olhares, de outras vidas, de outras gentes.
Penitencio-me então!