13 de abril de 2009

A Histérica


Éramos quatro conhecidos.
Falávamos daquelas parvoíces que às vezes os homens falam e …
… às tantas diz assim um deles, o Fernando:
- É pá, pouco tempo depois de me casar ia tendo um grande problema porque uma prima da minha mulher não me largava a “labita”. Andava sempre atrás de mim e fazia-me olhinhos à descarada. Devia ser uma boa “deita” até porque a gaja era uma histérica do caraças. Mas como ela tinha dois filhos e eu tinha acabado de casar, lá me aguentei à bronca e fiz de conta que não percebia.
Meio boquiaberto e com ar de quem queria descobrir a pólvora, pergunta o Artur ao Fernando:
- Oh Senhor Fernando! Então explique-me lá, se ela era histérica como é que tinha dois filhos?
Éramos quatro conhecidos e estéril fiquei. De sorrisos!

13 comentários:

Anónimo disse...

kakakakak

Kim, se não foi mais uma das tuas piada é realmente ilário.

Beijos

SPUK

Osvaldo disse...

Caro Kim;

Ou é piada,... ou falta fio à meada.

Conta lá isso direitinho, caraças...

Um abraço caro amigo.
Osvaldo

Maria disse...

Kim:
Desde que ouvi, alguém contar-me que a coisa que mais a impressionara no Zoo, tinha sido o tamanho e abundância, do cocó dos "cicerones", já nada me espanta.
Levei meia hora, para perceber que "cicerones", eram os rinocerontes. Já vês. A língua portuguesa, é na verdade, muito traiçoeira.
Beijo.

Je Vois La Vie en Vert disse...

Será que a histeria da história da senhora histérica tem a ver com uma histerectomia ?????
São m...istérios !

Beijinhos da

Verdinha

Kim disse...

A piada da questão é que o Fernando gostaria de ter "molhado a sopa" na prima, já que esta era uma mulher muito voluptuosa e apetecível, daí dizer que ela era histérica.
O Artur, julgava que o significado de histérica era o mesmo de estéril e então não percebia como é que uma mulher estéril podia ter tido filhos.
Esta conversa aconteceu numa das minhas viagens e as "estórias" que aconteceram nessa viagem eram tantas que davam para escrever um livro de bolso.
Oh Osvaldo, recua aqui no meu blog até ao dia 11 de Maio de 2007 e vais perceber melhor o tipo de conversas havidas com estes amigos.

Laura disse...

Ora, té kenfim...estéril sims enhora, e s emolhava o pincel e vinha mais um rebento prá estéril? ahhh ja ja ja...entendido..

Carla D'elvas disse...

querido kim:

eu acho que a prima não tinha vontade de provar o leite creme... servido pelo rapaz ;)

quanto aos olhares descarados, a rapariga era estrábica :D

(estas conversas de gajos... lembram-me as virgens desconsoladas!)

Beijo bom*

Maria disse...

Kim:
Se fazes favor, diz ao JC, que hoje o revi, na peça "Há petróleo no Beato" em que ele fazia de jornalista e, que eu vi no Teatro, ainda ambos eramos uns jovens inconscientes. A propósito, lembrei-me que já na "Ratoeira", ele fazia um jornalista. Estarei enganada?
Pastéis da Sacolinha para ele e beijo para ti.

Anónimo disse...

Não MARIA. Na Ratoeira era um "falso detective". Aliás a "estória" é essa mesmo. Um tipo que comete um crime e depois tenta habilidosamente investigá-lo.
No Petróleo do Beato sim. Aí sou jornalista!
Quanto à Sacolinha e aos pastéis...a tentação é diária!
Beijinhos
:)
jc/.

Laura disse...

A Laurinha do xiça penico (gosto de escrever com um x porque gosto, ehhhh) é a mesma que escreve poesias, livros, é amiga de todos e gosta de sorrir r rir, porque já passou tempo demais a chorar!...para dentro...meu riso é aberto e sou tão franca que magoa, mas, prefiro ser assim a ser cinica e faz de conta!... a laurinha que lês é a laurinha que conheces, e, quando me vires não vais pensar que; ah, que diferente ela é...porque eu sou igualzinha a mim!...
Nada de espanca, a nossa espanca, ninguém lhe chega aos calcanhares, mas, ela tinha uma ganda panca, se tinha...não quero ser como ela nem tão triste assim...
sou apenas a nina das resteas de sol..porque quero que o sol brilhe para todos...um abraço enorme, cheio de carinho, porque gosto de ti...laura.

Parisiense disse...

Já estou mesmo a ver .....voces são todos loiros....ahahahhahahah

E como diz o outro " e a Loira sou eu??????".

Bisous mon anje.

Governador disse...

Pois eu também queria uma com essas qualidades......mas nos tempos que correm já eu não consigo acompanhar.....

Abraço

Anónimo disse...

Uma imagem da nossa miséria colectiva
Manuel Vaz (em Paris) - Terça-feira, 14 Abril, 2009
Um médico de 72 anos, reformado, assiste em Janeiro de 2009 à reconstituição da morte do seu filho, um ano e meio depois de a polícia lhe ter batido à porta para o informar de que Olivier fora morto por um polícia “que tinha tido de fazer uso da arma”. A justificação da polícia não o convence. Os factos dão-lhe razão, mas a Justiça não se sabe se lha dará.

Olivier Massonnaud, de 38 anos, foi morto em Poitiers, numa noite de Agosto de 2007, atingido a tiro por um agente. Nessa noite, Olivier – divorciado, com um trabalho intermitente de guia turístico, com dois filhos de 10 e 11 anos que vê ao fim de semana – tinha bebido demais. Uma zanga com uma amiga alerta os vizinhos, que chamam a polícia. À janela, Olivier aponta uma faca de cozinha ao próprio pescoço dizendo para a polícia “Não tenho nada a perder”. Resposta: “Força, isso é bom para toda a gente”. Olivier foge pela cobertura do prédio e fica encurralado num pátio, escondido entre uma parede e um carro.

“Sai daí”, grita um agente. Olivier levanta-se com os braços erguidos acima da cabeça, segundo o testemunho de um dos polícias presentes. Um outro polícia dispara e mata-o de imediato com um tiro no peito. Olivier não tinha nenhuma arma.

O autor do disparo não foi sujeito a qualquer exame, permanece ao serviço e goza do estatuto de testemunha no processo. O advogado que o defende afirma que “não há infracção, tudo aponta em direcção a uma legítima defesa”.

Uma época. De vez em quando tropeçamos em factos que são paradigmáticos: são a expressão condensada duma norma, dum modelo. De repente, uma época encarna num acontecimento e nos papéis desempenhados por determinados actores sociais.

A vítima. Um fulano das classes médias, com trabalho precário e falta de dinheiro, que bebe para esquecer. Representa os pequeno-burgueses ameaçados de ruína e de proletarização. Tem todos os traços do desclassificado: álcool, divórcio, dívidas, solidão, vazio de espírito…

A loucura. Na medida em que os problemas sociais gritantes colocados pela sociedade de hoje se agravam sem solução, o sujeito-vítima é levado à beira da loucura. O Estado não só criminaliza a luta social colectiva como conduz a revolta individual para o hospital psiquiátrico.

Os vizinhos. Amedrontados, fechados em casa, bisbilhoteiros, indiferentes, denunciadores. O tecido social solidário está em farrapos.

A polícia.Omnipresente! Está por todo o lado e em todo o lado semeia a insegurança. Soluciona os problemas sociais radicalmente: elimina fisicamente todos os que seguem um comportamento desviante, não respeitador das normas estabelecidas, não conformado com a própria miséria. Eliminar os transviados, os fracos, é coisa “que dá jeito a toda a gente” – diz sabiamente o assassino ajuramentado. É o espelho de um Estado carrasco moldado hoje à imagem do anão Sarkozy.
Veremos pior. Até quando?
(MUDAR DE VIDA)