Parecia que Mr. Urgens me esperava.
A imponência da sua figura sobressaía por detrás da recepção do Cok.
- Então jovem, já foi conhecer a cidade?
- Já dei uma volta!
- O que é que faz aqui um jovem sozinho, vestido de forma tão convencional?
- Bem… sabe … é que, eu sou português. Apesar de, até agora ter vivido em Paris, decidi alongar o olhar e aqui estou. Quanto à roupa é uma forma de estar. Entre as “passerelles” de Paris e as flores de S.Francisco, prefiro a primeira.
- Em Paris? Não acredito! Adoro Paris! Então você vai ser o meu professor! Não se importa?
- Professor, como?
- Passamos a falar apenas em francês!
Tal situação agradava-me porque falava inglês como uma vaca espanhola e esperava praticar, mas ao mesmo tempo era agradável ter alguém com quem falar a minha segunda língua. Olhei-o sorrindo e respondi:
- D’accord monsieur!
Em poucos minutos o ibero calor derreteu o gelo do norte.
As palavras seguintes, adocicadas por uma empatia mútua, desdobraram-se em desabafos e desejos e quando demos por nós, já conversávamos há largas horas.
Quando terminámos, Mr Urgens era o gerente do hotel, o dono da minha fome e o gestor dos meus passos.
Abriu uma gaveta, retirou uma caderneta de senhas de refeição do hotel, cortou duas pelo picotado e entregou-mas dizendo: - Eis a paga da primeira aula.
Aceitei com ambas as mãos e parti à procura da janta.
Um magote de mulheres bonitas, estudantes escandinavas, olhava-me como se homens não houvesse. Assim seria, todos os dias.
Uma princesa nua não me teria deliciado tanto quanto o frango barrado com doce de maçã, que saboreei lentamente.
Naquela noite jantei como um viajante endinheirado e deitei-me com os problemas resolvidos, pois vivia um de cada vez.
Amanhã? Era outro dia!
4 comentários:
Ah, Quim, adoro a tua grande imaginaçâo!!
Bom fim de semana.Aqui, faz muito frio!
Bisous.
Bonjour Amsterdam :)!!
Amsterdam prepara-te
O Kim chegou....
Isabel
Hoje, já é outro dia...
estou á espera!
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