A tropa não foi talhada para mim. Nem qualquer outro serviço militarizado.
Há regras que eu gosto de quebrar. Logo, nunca seria esse o meu caminho.
Uma semana depois de nela ter entrado, foi pedido a quem quisesse colaborar no jornal da caserna, que se inscrevesse na secretaria.
Vendo ali uma forma de me baldar, inscrevi-me.
Após alguma troca de impressões com o alferes coordenador da feitura do jornal, este convidou-me a escrever uma espécie de editorial, para ser publicado na primeira página, descrevendo qual o sentimento duma mudança tão extrema como aquela - passar de civil a militar.
Ao fim duns dias estavam prontas as seis páginas do jornal. Além do editorial, também escrevi um conto. Dois artigos no primeiro jornal, davam-me a esperança dalgumas benesses.
O alferes Parracho era um baril. Mas era também responsável por aquilo que eu escrevesse.
No dia em que o jornal saiu, fomos ambos chamados ao comandante. A mim, foram pedidas explicações sobre o conteúdo do editorial. Ao alferes, o porquê de haver autorizado.
Nunca mais me deixaram escrever. Apenas porque as três últimas frases do meu texto eram:
- Morreu um homem! Nasceu um soldado! Aleluia!!!
5 comentários:
E que belo soldado acabara de nascer.
NÃO DEVES TER DADO TRABALHO SOMENTE AO ALFERES E AO COMANDANTE, MAS SIM A UM "BATALHÃO" DE GAROTAS.
KAKAKAKA
DESCULPA A BRINCADEIRA.
SPUK
Até nos dias de hoje qualquer outro comandante faria o mesmo. É uma afirmação com uma carga simbólica demasiado forte para a instituição militar aceitar. E o Mestre Kim bem pode ter dado "Aleluias" por não ter sofrido consequências mais graves!
Compreendo a mensagem.Quanto valias?"zero".Também ouvi nesse tempo, quando uma arma caiu , por infortúnio ao mar, num transbordo,o tom era o mesmo; homens há muitos e as armas são poucas.Ainda hoje acho que, as nações valorizam muito os seus soldados,por mim vejo, grande orgulho!...
Ainda hoje não sei a quem servi em quarenta meses da minha vida
Na Tropa, o Graduado tem sempre razão, especialmente quando se engana. :)
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