5 de agosto de 2007

O Conto do Vigário - parte 2


Peguei no molho de chaves e fui mostrar-lhe as lojas e os andares.
Decidiu-se por uma loja de cinco mil contos e um andar de valor igual.
- Pronto, fico então com estas duas fracções! Quais são as condições de pagamento?
- O sinal, é de trinta por cento. O restante, na escritura – respondi.
- OK! Então agora que já fizemos negócio, vamos ali ao meu restaurante (O Bacalhau) beber um copo para comemorar. Depois, teremos de ir ao meu quarto, no Hotel Sheraton, onde estou hospedada, para aí lhe passar o cheque.
Comecei então a ficar preocupado! Ia passar-me um cheque ou colocar-me em cheque?Já pensava mais, em como havia de me livrar dela, do que no cheque que ia buscar. E dizia para os meus botões:
- Porque é que esta “gaja” não me dá o cheque amanhã e tenho de ir buscá-lo ao hotel? Agora apanha-me lá no quarto e das duas uma – ou alinho – ou não há negócio. Pois bem, seja o que Deus quiser e em último caso, não há mesmo negócio.
A minha cabeça estava totalmente virada para o assédio e para a forma de me livrar dele.
Chegados ao restaurante, o Senhor António, sorri para mim e pergunta:
- Então Senhor Ribeiro, fez negócio com a minha sócia?
Bem, então sempre é verdade que são sócios! - pensei. Há anos que aqui venho e nunca me apercebi de sócio nenhum!
- Pois, parece que sim! - respondi.
- Então, aqui estão umas imperiais para a gente comemorar. Para si, para a minha sócia e para mim.
Tchin tchin – à saúde e aos negócios!
O restaurante, também cervejaria, tinha algumas pessoas ao balcão às quais não passou despercebida esta nossa comemoração.
Vejo então, o Senhor António, tirar da caixa registadora, três notas de cinco mil escudos fazendo menção de entregá-las à sócia.
- Oh Senhor Ribeiro, guarde-me aí esse dinheiro, que eu tenho as mãos molhadas dos tremoços - pediu-me a madame.
Eu não estava a perceber nada daquilo, mas assim fiz e aceitei o dinheiro, guardando-o no bolso.
Esvaziados os copos, partimos então à descoberta do que estava para vir.
- Até já Senhor António! A gente vai lá buscar aquilo e já volta. - diz ela!
- Até já D.Rosário! – responde o Senhor António.
Fiquei assim, a saber o nome das contas daquele rosário.
Já dentro do meu carro, pergunto-lhe:
- Afinal, para que são estes quinze contos?

5 comentários:

Anónimo disse...

Pois...
Não digo mais nada..Espero o próximo capitulo.

I.R.

Anónimo disse...

ah!!!!!!!!!!!!!!
KIM.

Será que o dia não pode ter menos de 24h?

Será q nos mulheres vamos controlar a nossa curiosidade, por 24 horas para ao menos saber para que seriam aqueles 15 contos?

Acho que eu te telefonaria antes, para saber, se tivesse o teu telefone.

SPUK

Carla D'elvas disse...

aguardo... pela parte 3!
;)

Sendyourlove disse...

Adoro espectativas...estou em pulgas!

Carla D'elvas disse...

a tua sorte é as tuas keridas meninas, não serem cardíacas!
caso contrário, estavas em apuros... tramadinho ;)