Acordei, sobressaltado com as notícias que o locutor, um pouco a medo, ia debitando, sobre uma hipotética revolução.
Apelava-se à serenidade e à presença de todos os militares nos quartéis. Assim fiz.
A minha guerra era feita de máquina fotográfica à tiracolo.
A Divisão de Fotografia e Cinema a que eu pertencia, estava de objectivas fixadas em focos de incerteza.
A revolução, estava em curso.
Depois, chegou a certeza, seguida dum massacre de mimos.
Couberam-me alguns bolos, recheados de emoções, que eu não merecia. Nada fizera para aquele dia acontecer, mas estava ali a colher os louros do “arriscanço” de alguns.
O jipe que me transportava, todos os dias, ao Supermercado e ao Casão Militar, era constantemente abrandado pela multidão em delírio. Cheguei a pensar ser um, dos alguns.
Lá longe, tinha amigos a tombar, por um dia que não vinha nunca e afinal acabara de acontecer.
Chegara a liberdade e afogado num punhado de abraços, senti-me na pele dum falso herói.
Depois, chegou a certeza, seguida dum massacre de mimos.
Couberam-me alguns bolos, recheados de emoções, que eu não merecia. Nada fizera para aquele dia acontecer, mas estava ali a colher os louros do “arriscanço” de alguns.
O jipe que me transportava, todos os dias, ao Supermercado e ao Casão Militar, era constantemente abrandado pela multidão em delírio. Cheguei a pensar ser um, dos alguns.
Lá longe, tinha amigos a tombar, por um dia que não vinha nunca e afinal acabara de acontecer.
Chegara a liberdade e afogado num punhado de abraços, senti-me na pele dum falso herói.
5 comentários:
Pequenas ou grandes estorias..
Pequenas ou grandes realidades.
Se forem nossas, somos sempre os heróis.
Hoje, ou daqui a pouco ofereço-lhe um cravo vermelho ainda que virtual...
I.R.
esta noite, agradeço, a tds os homens, q naquela noite tiveram coragem... p hj, eu escrever assim!
"e depois do adeus" o caminho é a LIBERDADE :)
Na manhã do dia 25 de abril de 74 apesar, de todos os avisos,que recebi, meti-me no comboio e fui até à estação de campolide.A partir daí desloquei-me a pé até ao alto de campolide.Ansioso pelo acontecimento apróximei-me de um soldado deitado de bruços por detrás de uma arma semi pesada de nome borzig com bi pé.Fiquei alerta epensei;isto agora é a 'sério».Fiquei preocupado, como é óbvio,mas duplamente,porque aquele soldado não tinha o municiador consigo nem o pente das munições.De certeza,que DEUS tambem não gostava do regime de Salazar.A minha homenagem a todos os que pela liberdade arriscaram nesse dia,incondicionalmente a vida
Boa festa do dia de 25 de april!
Curiosamente só soube do 25 Abril, 3 dias depois, estava -de férias- numa longínqua ilha da Guiné, ao lado da Ilha das Galinhas, eu e mais três mânfios, isto é a sério, qualquer dia conto.
Seve
Enviar um comentário