A única diferença é que eu estava a rever amigos que não via há muito.Tinha chegado há poucos dias de Paris, onde sobrevivia.
O Xico Luís, hoje XL e o Júlio César, hoje JC, desafiaram-me a beber um copo numa boîte meio-rasca, perto de nossas casas e acessível ao nosso bolso. As mulheres não eram bonitas nem feias. Eram aquilo que os nossos olhos queriam ver. Os meus, vinham cheios de mulheres charmosas e elegantemente vestidas. Não que fossem mais lindas que as portuguesas, apenas mais aprontadas e produzidas.
Já não sei porque carga de água, o XL lembrou-se de me apresentar a elas, como sendo um amigo francês a passar uns dias em Portugal. XL, apresentou-me mais ou menos assim: - Voici mon ami Alain, jdfuin fyilin viendu Paris France dyuitet jureu oui oui linsuer huteriy, trés bien. Claro que nem ele sabia o que estava a dizer, nem elas percebiam o que ele dizia. Eu ia ouvindo os comentários, sujeitando-me ao que dali saísse. Entrei no jogo, e lá fui respondendo em francês, o que o XL se encarregava de fingir que traduzia, para as cortesãs. Lembro-me que eu levava vestido um elegante fato verde, que ainda guardo e que me assentava na perfeição, há vinte cinco quilos atrás. Naquela época em Portugal, não era muito normal dançar sozinho. E dançar não era propriamente o meu forte. Apenas o fazia para atingir um fim ou para me sentir integrado no ambiente. JC e XL lá iam secando os copos em animada conversa com as meninas, falando de mim e sem me perderem de vista. Claro que elas não sabiam que eu percebia tudo o que diziam. Apenas fingia que não.
Oui para aqui, oui para acolá, lá me fui abanando e sacudindo ao ritmo dos êxitos da década, como era habitual no meu ambiente parisiense. Abrandei quando uma desavergonhada cortesã, comenta sobre a minha pessoa:- É pá, o puto é giro, mas … tem pinta de bicha! A abanar-me daquela maneira, não podia esperar outra coisa!
Desde então, mesmo em dias de calor, não me abanei nunca mais!
13 comentários:
Oi kim!
Adorei, como sempre adoro quando você conta tuas estorias.
Feliz regresso.
PS.
Aguardo meus DVD´s.
Spuk
Lembro-me do fato verde e da boite D. João no Bairro Janeiro. O XL ainda tocou piano (?) eheheh e as "moçoilas" devem ser hoje respeitáveis avós!
:) jc/.
Tocava piano e falava francês.Sempre fui um rapaz muito prendado. Sabe bem trazer á tona da vida estas paródias. Não me lembro como voltamos para casa, se a pé,ou se metemos vinte paus de gasolina no CORTINA GT do Valdemar.
O piano estava um pouco desafinado.
Mas atenção, o JC o "Calvário" da época, é que tinha as miudas todas a seus pés.
xl
ahahahahahah.
eheheheheheh.
O.R.
As grandes histórias da nossa vida nunca se contam vezes demais...
De beaux souvenirs, Kim.
Merci pour tes passages, cela fait plaisir!
Pour la morue, j'ai des recettes, mais je t'avoue, c'est pas mon plat préféré!!!!
Bisous e bonne semaine.
A mim aconteceu-me o mesmo mas foi no Brasil......um amigo nosso apresentou-nos como um casal amigo dele francês......nunca me ri tanto com uma tradução pois ele nada precebia de francês.
Mas melhor mesmo foi em Paris num Club Privado Noturno que uma maiga francesa me levou com outras amigas todas protuguesas e quando entramos eram só negros, filhos de embaixadores,de presidentes das respectivas republicas....etc.....
As tantas veio um pedir-me para dançar e eu respondi em português que não precebia o que ele queria, e não é que ele me responde " Ah é portuguesa, eu tambem nasci em Angola e estou a estudar em Paris....o meu pai é embaixador de Angola aqui"......bem que me lixei que tive de ir dançar Kizomba....
Foram momentos bem passados.
Bisous.
á terceira é de vez.
... vestirás o tal fato verde e irás ao castigo (comigo e com a Beta!).
BEIJO ;)
Kim:
Achei piada à tua história.
Eu e uma prima minha, fizemos-nos passar por francesas, na Foz do Porto.
Só o esforço que, tivemos de fazer, para fingirmos não perceber os "apartes" em português vernáculo, dos dois rapazinhos! Perdidas de riso, um pouco chocadas, conseguimos, dar a volta à situação e partir, sem problemas. Ainda agora, me dá vontade de rir.
Como era diferente a nossa mocidade e, como é bom lembrá-la.
Beijo
Maria2
Nem de propósito: almoçámos hoje e gostei muito do empadão e de vos rever. O Pedro fica fascinado com as nossas "aventuras" e ele próprio ja agarrou a onda que foi nossa.:)
Aquela corrida e a técnica da re/Max fez-me lembrar os nossos grandes tempos de boémia.
Estamos a passar o testemunho e isso é muito bom!
:)
jc/.
Pois é JC. O Pedro está na onda. É muito novinho mas já corre de bichão em bichão como nós fizemos outrora.
Foi giro coincidir o post com a tua vinda e do XL para almoçar comigo.
Fico à espera doutras.
O "pregador de partidas" da minha geração da SFRAA é o Pantas.
Há uns anos atrás fez-se um almoço com a malta da dita geração. Eu fui o fotógrafo de serviço e tirei primeiros planos de quase toda a gente e entreguei as fotos ao Pantas e este levou-as a uma tipografia.
Passado algum tempo estava a rua Pedro Franco cheia de cartazes de indivíduos que "estavam a ser procurados pela polícia". Muitos não gostaram da "brincadeira".
O que é que vocês os homens fazem para seduzir as mulheres...! :-)
A tua historia é gira mas tal como as ditas senhoras, também não percebi patavino ao francês do teu amigo XL !
merci pour tes gentils mots lors de l'anniversaire de mon Papa. Je ouhaite que le tien vive aussi encore de longues années !
Bisous verts
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