17 de julho de 2008

Zé da Viola - O campeão!

Éramos um grupo de amigos no auge da adolescência. Não teríamos mais de dezasseis anos.Zé da Viola, era talvez o mais atrevidote. Frequentava já alguns antros menos aconselháveis. A alcunha ficara-lhe por trazer sempre consigo uma viola, apesar de mal dedilhar uns roufenhos acordes.
Ambicionava tornar-se boxeur, nada compatível com a faceta de cantor romântico, na qual também julgava poder fazer uma perninha.
Os outros, digamos que eram o trivial. Tudo bons rapazes!
Era assim que começava a “estória” duma brincadeira que ia hoje contar sobre este amigo, de seu verdadeiro nome – José Luís, mas fica para muito breve.

Olhando para a foto deste atleta, quero dá-lo a recordar àqueles que o conheceram de perto e com ele privaram nos melhores anos da juventude.
Zé Luís era pára-quedista e vimo-lo na RTP, quando cumpria serviço militar, em cima dum tanque, chorando por ter sido enganado no assalto reaccionário ao RALIS - tropas aliadas ao Movimento das Forças Armadas do 25 de Abril (isto dava outro filme).
Zé Luís era também um precoce campeão de boxe, desporto que praticou durante alguns anos, defendendo as cores do Estrela da Amadora.
Depois, aos vinte e nove anos, o campeão fartou-se das agruras da noite e num momento de loucura, despediu-se desta, como se não houvesse amanhã.
Desculpa-me as brincadeiras que te fiz! Que pena teres vencido a vida!
Até ao próximo combate Zé!
Ao Dinis, seu irmão, o meu obrigado pela foto.

7 comentários:

SANGUEDAV disse...

Olá "Big Kim".
Os amigos deixam-nos sempre "marcas"!
Profundas quando a tragédia ou o desespero os aniquilam.E de gozo quando são abençoados com a boa sorte e felicidade.
Brindemos a eles para que lhes calhe sempre a segunda hipótese ou chance.
Já agora para nós tambem!
Logo que fiques bom,cá te aguardo.
Aquele abraço.Até já!

Anónimo disse...

"Zé da Viola"
Boxe
Paraquedista
Guitarrista
Amigo da Noite
E GRANDE BAILARINO.
E Quando falamos em Boxe
Temos que falar noutro AMIGO
que também já nos deixou
"Artur Carapinha"
Abraços
O.R.

Je Vois La Vie en Vert disse...

eu não o conheci ... mas este bigode tipicamente português... não me atrai mesmo nada...! :-)
Mas este senhor ,sendo um amigo teu, tenho a certeza que é boa pessoa ! O meu marido provavelemente o conhece !
Beijinhos verdes

Parisiense disse...

A vida é feita de boas recordações.....basta a gente lembrar!!!!
E como é bom lembrar esses tempos agardaveis da n/juventude......

Gros bisous et bon weeck end

Carla D'elvas disse...

Gostei de ler este texto.
Uma forma, doce, de partilhar uma memória.
O adeus não existe.
É sempre um até já... rápido e sentido.
...Um dia é dia santo. E todos faremos a mesma viagem.

Um beijinho, para ti :)

Anónimo disse...

Falar do Zé Luis é puxar a nostalgia dos tempos em que, em cada pedra da calçada da Rua Pedro Franco,existia uma história que aida hoje se pode ler, o muito que ali, outora existiu.
O Zé foi mais uma referência dos muitos projectos de vida, que ali se fizeram,mas em todos os tempos haverão pessos, a quem a vida por vezes é madrasta.
Saudades ZÈ.

Anónimo disse...

Isto emocionou-me, sempre fui amigo do Zé Luís e de toda a família, acompanhei o pós-luto do Pai (um homem extraordinário, um rochedo humano, duma grandeza e duma solidariedade de que já não se "fabrica"-o que este homem sofreu com a morte deste filho-......).

O Zé Luís tinha um coração de chocolate, acreditem, bastava um amigo estar em apuros que ele tudo faria (os possíveis e os impossíveis) para sanar essas dificuldades.

Só que, como disse Bocage, a vida de um homem tem muitos dias com sortes diferentes!

Seve