12 de setembro de 2007

O Engenheiro

Algures, num país que já não lembro qual, comprei um dia um telefone, aparentemente diferente de todos os outros que havia em Portugal.
Acontecia quase sempre após eu ter viajado, receber a visita dum cunhado meu, para trocarmos impressões sobre o país visitado.
Estávamos nos finais dos anos setenta.
Num desses dias, falei-lhe dum aparelho extraordinário que tinha comprado – um telefone!
Era apenas um telefone portátil de teclas, que cabia na palma da mão, normalíssimo nos dias de hoje
Disse-lhe então:
- Já conheces este telefone inteligente, que comprei lá fora? E mostrei-lho!
- Que giro! Não conhecia! E isto faz mesmo chamadas?
- Claro que faz! Se tens dúvidas experimenta!
- Então e porque é que é inteligente? – pergunta ele.
- Porque, basta tu pensares num número, carregares numa tecla e ele liga para o número que estiveres a pensar.
- Não acredito!
- Não acreditas? Então que raio de engenheiro de máquinas és tu, que não estás a par das novas tecnologias?
- É pá, um gajo não pode saber tudo! Você anda sempre por aí, é pois natural que conheça coisas que eu desconheço!
- Tens razão! Então, se quiseres, podes experimentar o telefone! Pensa num número e carrega nesta tecla.
Meio desconfiado, pegou no telefone, olhou para o tecto com ar pensativo. Calmamente, como se estivesse a carregar no botão que detona a bomba atómica, seguiu as minhas instruções, levou o aparelho ao ouvido e ficou à espera.
Do outro lado do fio, responde a mãe dele, minha sogra.
- Estou sim!
- Mãe? É a mãe? Nem quero acreditar!
- O quê? Pergunta a mãe.
- Oh mãe, o Joaquim tem aqui um telefone fantástico. Basta pensarmos num número, que ele faz a chamada sozinho!
Do lado de lá, D.Clotilde não percebia nada do que o filho falava.
- Tá bem, a gente depois fala!
O engenheiro, desligou o telefone e foi para a janela pasmar.
A tecla, onde lhe mandei carregar, era apenas a tecla da memória. Liga para o último número que chamámos.
Calculando que ele pensaria no telefone de sua casa, antes de lhe pregar a partida, marquei esse número e desliguei.
Obviamente que, quando alguém carregasse naquela tecla, ligaria aquele número, que estava memorizado.

Foi o que ele fez.
Arrisquei! Ganhei!
Só eu o sabia! Eu e todos os engenheiros bem informados!

11 comentários:

Sendyourlove disse...

Essas tuas partidas só espelham um menino grande...nunca te deixes crescer demais...
Beijos gordos e doces...
e respeitinho...que boss é boss...eheheheheh

Anónimo disse...

FANTASTICOOOOOOOO


SPUK

Carla D'elvas disse...

és o nosso menino semivelho!
brincas... cresces... alegria ;)
beijinho meiguinho.

Anónimo disse...

Ó JR, sempre com as partidinhas, às vezes nem se sabe se está a falar a sério, típico de JR....
Jokas

Anónimo disse...

Kim não encontrei o teu mail no blog para te dar o meu nºtelefone.è a Maria

RS disse...

Se o país tivesse condições para aproveitar os talentos nacionais, uma congére da Nokia poderia ter nascido em Portugal nos anos 70, com o Mestre Kim na liderança!

RS disse...

congénere

Anónimo disse...

Aqui vai o meu e-mail
jribeiro.mc@netcabo.pt

Anónimo disse...

Se,eu tivesse jeito para a escrita,até já tinha um título"AS TRAVESSURAS DO KIM". Muitas mais eu conheço e teriam que ter bolinha

O Bicho disse...

É por essas e por outras é que o País está de rastos - temos tido muitos Sinhores Inginheiros a governar isto.

Anónimo disse...

Este Kim consegue inventar pontes onde nem rios há!

Seve