Algures, num país que já não lembro qual, comprei um dia um telefone, aparentemente diferente de todos os outros que havia em Portugal.
Acontecia quase sempre após eu ter viajado, receber a visita dum cunhado meu, para trocarmos impressões sobre o país visitado.
Estávamos nos finais dos anos setenta.
Num desses dias, falei-lhe dum aparelho extraordinário que tinha comprado – um telefone!
Era apenas um telefone portátil de teclas, que cabia na palma da mão, normalíssimo nos dias de hoje
Disse-lhe então:
- Já conheces este telefone inteligente, que comprei lá fora? E mostrei-lho!
- Que giro! Não conhecia! E isto faz mesmo chamadas?
- Claro que faz! Se tens dúvidas experimenta!
- Então e porque é que é inteligente? – pergunta ele.
- Porque, basta tu pensares num número, carregares numa tecla e ele liga para o número que estiveres a pensar.
- Não acredito!
- Não acreditas? Então que raio de engenheiro de máquinas és tu, que não estás a par das novas tecnologias?
- É pá, um gajo não pode saber tudo! Você anda sempre por aí, é pois natural que conheça coisas que eu desconheço!
- Tens razão! Então, se quiseres, podes experimentar o telefone! Pensa num número e carrega nesta tecla.
Meio desconfiado, pegou no telefone, olhou para o tecto com ar pensativo. Calmamente, como se estivesse a carregar no botão que detona a bomba atómica, seguiu as minhas instruções, levou o aparelho ao ouvido e ficou à espera.
Do outro lado do fio, responde a mãe dele, minha sogra.
- Estou sim!
- Mãe? É a mãe? Nem quero acreditar!
- O quê? Pergunta a mãe.
- Oh mãe, o Joaquim tem aqui um telefone fantástico. Basta pensarmos num número, que ele faz a chamada sozinho!
Do lado de lá, D.Clotilde não percebia nada do que o filho falava.
- Tá bem, a gente depois fala!
O engenheiro, desligou o telefone e foi para a janela pasmar.
A tecla, onde lhe mandei carregar, era apenas a tecla da memória. Liga para o último número que chamámos.
Calculando que ele pensaria no telefone de sua casa, antes de lhe pregar a partida, marquei esse número e desliguei.
Obviamente que, quando alguém carregasse naquela tecla, ligaria aquele número, que estava memorizado.
Foi o que ele fez.
Arrisquei! Ganhei!
Só eu o sabia! Eu e todos os engenheiros bem informados!
11 comentários:
Essas tuas partidas só espelham um menino grande...nunca te deixes crescer demais...
Beijos gordos e doces...
e respeitinho...que boss é boss...eheheheheh
FANTASTICOOOOOOOO
SPUK
és o nosso menino semivelho!
brincas... cresces... alegria ;)
beijinho meiguinho.
Ó JR, sempre com as partidinhas, às vezes nem se sabe se está a falar a sério, típico de JR....
Jokas
Kim não encontrei o teu mail no blog para te dar o meu nºtelefone.è a Maria
Se o país tivesse condições para aproveitar os talentos nacionais, uma congére da Nokia poderia ter nascido em Portugal nos anos 70, com o Mestre Kim na liderança!
congénere
Aqui vai o meu e-mail
jribeiro.mc@netcabo.pt
Se,eu tivesse jeito para a escrita,até já tinha um título"AS TRAVESSURAS DO KIM". Muitas mais eu conheço e teriam que ter bolinha
É por essas e por outras é que o País está de rastos - temos tido muitos Sinhores Inginheiros a governar isto.
Este Kim consegue inventar pontes onde nem rios há!
Seve
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