Ao desfazer o mito do nosso abnegado silêncio sobre os atributos e as performances deles, obrigamos não só os sexólogos a alterarem os manuais como os brincalhões a renovarem o stock de anedotas. Até agora, só havia piadas com homens gabarolas. Como aquela da ilha deserta e da Claudia Schiffer. Um barco naufraga numa ilha deserta e só sobrevivem dois passageiros. Um homem e Claudia Schiffer. Ao fim da primeira semana, os dois mal se falam, consumidos que estão pelo desespero e preocupados em arranjar alimentos; quinze dias depois, começam a procurar juntos sementes e frutos e, um mês mais tarde, já dormem juntos. A coisa corre bem durante várias semanas, até que o homem começa a ficar taciturno. Preocupada, a top model pergunta-lhe o que se passa, mas sem sucesso. Insiste e ele lá acaba por confessar que anda aborrecido, que não tem ninguém com quem conversar sobre a vida. Claudia propõe-se ajudá-lo e combinam um jogo. Vão fingir que ela é um velho comparsa com quem ele se cruza, por acaso, na praia. Partem de lados opostos do areal e, a meio do percurso, tropeçam um no outro. Eis o diálogo.
Ela: “Olá, estás bom? Há tanto tempo que não te via.” Ele: “Sim, é verdade. Eu estou bem e tu?”. Ela: “Estou óptimo. E então, o que é que tens feito?” Ele, visivelmente excitado: “É pá, sabes lá, tenho andado a dormir com a Claudia Schiffer…”.
Moral da história: metade do prazer do romance está em poder gabar-se dele. Dizem os psicólogos e os sexólogos que aqui reside a grande diferença entre homens e mulheres: eles contam as suas façanhas com o intuito de se afirmar; elas tendem a fazê-lo como forma de desabafo, para pedir conselhos ou comprovar que não estão sozinhas no barco. Mas quando a história acaba mal, ambos usam a mesma estratégia: a fuga. Semanas depois da noite fatídica, o rapaz do lápis IKEA continua a telefonar a Cristina com o pretexto de passar em sua casa para apanhar uma sweatshirt que lá ficou esquecida. Ela inventa mil e uma desculpas para evitar a visita. E ainda consegue brincar com o assunto. “A camisola é gira, mas não dá para usar. Ao contrário de uma certa coisa, esta é grande de mais para mim.”
Moral da história: metade do prazer do romance está em poder gabar-se dele. Dizem os psicólogos e os sexólogos que aqui reside a grande diferença entre homens e mulheres: eles contam as suas façanhas com o intuito de se afirmar; elas tendem a fazê-lo como forma de desabafo, para pedir conselhos ou comprovar que não estão sozinhas no barco. Mas quando a história acaba mal, ambos usam a mesma estratégia: a fuga. Semanas depois da noite fatídica, o rapaz do lápis IKEA continua a telefonar a Cristina com o pretexto de passar em sua casa para apanhar uma sweatshirt que lá ficou esquecida. Ela inventa mil e uma desculpas para evitar a visita. E ainda consegue brincar com o assunto. “A camisola é gira, mas não dá para usar. Ao contrário de uma certa coisa, esta é grande de mais para mim.”
Publicado na Revista Máxima 17/04/2010
Perante isto, o que é que um homem pode desejar?
- Apenas não ser um lápis do IKEA! Digo eu!
20 comentários:
Haja saúde, força no lápis e vontade de escrever!
Xi, só um comentário? quando chega a hora da verdade, sai tudo pegando no metro, ah, mas como diz o RS, força no lápis e vontade de escrever, pelos viistos, parece que é a folha mais fácil de preencher!...
Beijinho da laura, mas já o Nelson Ned diza que; tamanho não é documento, mas se referia o tamanho dele ou do lápis, lá isso não sei. ahhhhhh...a andorinha saiu do marasmo e riu a bom rir com estes lápis todos...
Acho que essa Cristina é tolinha! Antes de falar, precisava experimentar se o lápis escrevia como deve de ser...
Mas quem se guia pelas aparências, mais tarde ou mais cedo tem o que merece!
Beijocas, Kim!
ah, passei nas retrosarias e estava uma bicha de homis...pensei que as muiés estavam também em greve, já que ele é transportes, ele é greve disto e aquilo, mas, afinal descobri que as bichas eram para a procura de fitas métricas..ó balham-nos!...daí o pessoal estar ausente dos coments...Pode-se rir um cadito por aqui? vá lá.
Um excelente dia a todos, o meu promete... vou aos chinocas comprar uma montanha de fitas dessas, e vendo-as ali na esquina, acho que vou facturar bastante, se não estiverem interessados, mando-os ao blogue do Kim...
Laura
Olá Kim,
Com este artigo, obrigaste-me a questionar-me : Porquê é que todas as senhoras do meu coro utilizam o lápis IKEA ?
Acho que deve ser porque ele desempenha bem o seu papel no...papel.
Um ditado português diz, se não me engano, "os homens não se medem aos palmos"...
Quanto a qualquer assunto íntimo, acho que não deve ser, revelado a não ser a um profissional (médico, psicólogo, padre...) que têm a obrigação de guardar o segredo senão rapidamente deixará de ser um segredo !
Beijinhos
Verdinha
Kim
A minha mãe dizia que, "o que se passa dentro do quarto de um casal, deve manter-se entre as 4 paredes dele." Isto, no tempo em que os casamentos eram para sempre, as meninas casavam virgens e inocentinhas de todo, não tendo pontos de referência, não liam relatórios de cariz sexual, etc.
Agora já sabem muito cedo, distinguir um lápis do IKEA de uma Parker de tinta permanente. Daí...
Quanto a conversas sobre o assunto, somos muito menos púdicas do que os homens. Se vocês soubessem toda a verdade das conversas entre mulheres, coravam e tinham complexos.
Beijinhos
Maria
A Tété é que tem razão. Todos os lápis escrevem, logo não entendo o porquê da desilusão.
No fundo acho que aqui funciona aquele lado da mulher que eu nunca entendo. Se é pequeno, não escreve, se é grande borra tudo.
E tem piada porque só há pouco mais duma semana é que eu vi um lápis do Ikea. Nem sabia da sua existência.
Por este andar chegará o dia em que as mulheres terão de andar com uma fita métrica na mala.
Também a restante fruta é medida e depois o seu preço é em função do calibre.
Vá lá, se aqui me rio, na vida real não é verdade que todas falam disso, pois eu nunca falo desse lado, talvez por ter sido sempre tudo proibido de falar de dizer ou pensar, senão era mais um pecadilho pra confessar ao padre...
Nunca falei sobre isso com as minhas amigas, elas falam de outras formas de isto ou aquilo mas, não perdemos tempo com isso, acho que há coisas mais interessantes para tema de conversa, logo, vou lembrar-me que da próxima vou perguntar-lhes se sabem alguma coisa dos lápis IKEA!...acho que vai sair gargalhar mais de dias e dias ao lembrar...
Beijinhos, laura
Kimzito
Eu cá - só escrevo no computas. Prontos, sem s. Ponto. Por isso, não respondo a provocações mesmo que sejam publicadas na «Máxima». Rectifico: sobretudo publicadas na «Máxima».
O çêcsso tem que se lhe diga. O na generalidade, porque o na especialidade não é especialidade nenhuma. Uso a língua assembleio-replublicana por me parecer apropriada para o caso. E quem não gostar, faça o obséquio de pôr na beirinha do prato. Discretamente.
Há muito muita gente que só faz o dito çêcso às escuras. Pelo sim, pelo não. Mas argumenta que é por pudor. É o tanas! E a fita métrica? Nunca se sabe quando está na gaveta da banquinha da cabeceira.
Daí que prefira o computas, onde não é necessário nem um nónio, que me releve o Pedro Nunes. Porem, no que concerne ao caso presente, só me apetece repetir a quem o escreveu (e viveu?) o meu calino - vá-se suicidar.
Espero por Vossa Insolência na Travessa, tóbrigado
Abs
Oh, Kim, não generaliza quando falas das mulheres....
"No fundo acho que aqui funciona aquele lado da mulher que eu nunca entendo. Se é pequeno, não escreve, se é grande borra tudo", escreves tu...
Isto é a característica das mulheres que não são equilibras e que estão sempre insatisfeitas, e talvez seja porque têm um lápis mas esquecem-se de afiá-lo....
Quanto as conversas de assuntos íntimos entre mulheres do que fala a Maria, talvez seja uma característica das mulheres portuguesas porque nunca tive conversas destas com as minhas amigas estrangeiras (e tenho várias) nem irmã ou cunhada e não é por puritanismo, será mais por não invadir a privacidade e por respeito pelo outro.
Já agora, falarei da experiência que tive nos balneários das piscinas em que as mulheres ficam completamente despidas durante muito tempo a conversar e isto chocou-me, primeiro por não estar habituada a isto e segundo porque não tive gosto nenhum em ver pneus, banhas, peitos caídos e degradação do corpo humano. Depois de conversar com amigas estrangeiras acerca disso, chegamos a mesma conclusão : somos diferentes....fazemos as coisas sem nos esconder mas discretamente. Outros países outros costumes.
Beijinhos
Verdinha
Isso do tamanho é tudo muito relativo. Não generalizemos...
Beijos.
Ahhhh, o que é preciso é manter o lápis afiado e mai nada! gasta-se, parte-se, compra-se outro e logo hoje que fui ao reajuste a Coimbra e á terapia quando a moça diz para ver se entendo, lápis, lápis de cor, ahh comecei a rir por causa dos lápis da IKEA, mau Maria, ia desatinando.Claro que lhe disse por alto porque me ri e já eramos duas a rir...
beijinho Kim, miminho pra todos, laura
Qualidade é melhor que quantidade.
Às vezes é com lápis pequeninos que se escreve belas poesias...
Às vezes é assim...outras vezes é possível pintar ou até declamar...
Beijinhos desenhados e declamados :)
Isabel
Não tenho pena dos homens, eles merecem! Eu nunca tenho a deselegância de fazer comentarios abonatórios sobre outros homens, quando estou acompanhada por alguém do sexo masculino. Mas eles fazem-no e olham, nem que estejam com a mulher e a namorada. E também são capaz de fazer confidencias sexuais aos amigos, muito piores que as nossas, aliás são capaz de se gabarem de coisas que ne aconteceram só por despeito!
Sobre o que foi dito aqui, claro que o tamanho importa, não é preciso ser algo descomunal, mas pelo menos estar dentro do normal. Também é preciso não esquecer que só isso, não faz de um homem,um bom amante. Um homem que seja bem abonado pode não satisfazer uma mulher, da mesma forma que o homem que é carenciado! Tamanho também não é tudo!
beijinhos missixty
comentei na postagem de baixo também!
Levo daqui esta ideia:
P’ra não morrer descontente,
Vou já a correr ao IKEA
Comprar um lápis suplente.
Porei o lápis de molho,
Cubro-o de vaselina,
E assim regalo o olho
Da ninfómana Cristina.
Primeiro vou perguntar
à da Máxima, à Cristina
(Que é para a não magoar),
O tamanho da vagina.
Só assim fico à vontade
P’ra a penetrar sem receio.
Ter lápis sempre ela há-de.
Se for grande, parto ao meio.
Eu sempre ouvi dizer:
“Enquanto houver língua e dedo,
Nada haverá a temer,
Podes avançar sem medo.
Vamos lá falar a sério:
Sendo a mulher um bom naco,
Não será um despautério
Reduzi-la a um buraco?
Então a bela imagem,
O rosto, o colo, as colinas,
O sorriso e o ar selvagem
Que vos dão graça, meninas?
Pescoço de garça fina,
Um olhar, que é um braseiro,
Já nada valem, Cristina?
Tu só pensas no fumeiro?
Num taco e duas bolas
Para meter nuns buracos?
As da Máxima ou são tolas
Ou já devem estar em cacos.
Abreijos para quem ainda olha para um homem e para uma mulher com amor, e não com uma régua de medir ninharias, com um metro na mão para medir e comparar uns centímetros de tripa com a glande de fora.
André Moa
Grande Moa, de saída para um jantar a dois... não te respondo agora porque o tempo urge...
Mas hei-de versejar..
Gostei dos últimos versos, o que move a humanidade, viver em amor!... e tu sabes que isso é o principal, e aí com lápis ou sem ele, a vida é toda amor...
Beijinho, logo namoramos mas quando chegar (hoje venho tarde e a más horas, sorry)já deves estar a dormir... Ao menos vai á janela regar o manjerico e não o deixes murchar!...Laura
Seve disse...
Não sendo a despropósito, dizia ontem à noite o sexólogo Júlio Machado Vaz:
-pergunta-lhe a mulher: com quantas mulheres dormiste tu?
-só contigo querida, com as outras estive sempre acordado....
Ehhh agora é com o Seve, estes meninos têm espirito de riso...
claro, com a mulher dorme-se, que remédio, mas com as outras a história já é outra, Boa...
beijinho da laura
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