26 de novembro de 2010

Raquel Welch - uma senhora de classe

Há muitos anos (quase trinta) em Nova Iorque, junto a um teatro da Broadway, reparei em dois enormes “gorilas” que de guarda- chuva em riste cobriam dos borriços uma senhora e a acompanhavam até uma viatura ali estacionada. Estava a menos de cinco metros dela e associei que devia ser a Raquel pois o teatro donde saía ostentava na fachada um cartaz enorme que dizia: Raquel Welch – the woman of the year. Quase sem ter a certeza que dela se tratava aproximei-me e pedi-lhe um autógrafo. Como não tinha qualquer papel para ela assinar, tirei do bolso o meu livro de cheques e ela assinou na capa do mesmo. Olhei para a assinatura e era mesmo ela.
Algo feliz mas decepcionado, nem queria acreditar. Afinal a Raquel era uma mulher normalíssima e muito distante da imagem que me foi passada através de filmes e fotos eroticamente mundanas. À minha frente estava uma mulher, de gorro enfiado na cabeça, relativamente baixa para aquilo que eu imaginava, sem maquilhagem, sem plumas, sem o biquíni pele de veado que vestia quando filmou “um milhão de anos antes de Cristo”.
Desiludido com a imagem que acabara de ver mas feliz pelo autógrafo senti ter morrido em mim parte da paixão que por ela nutria.
Quando regressei a Portugal mandei emoldurar o autógrafo ao qual juntei uma foto sua e pendurei-o no meu cantinho de recordações na sala da minha casa.
Há dias voltei a reencontrar a deusa do meu imaginário sexual.
No programa da Oprah foi ela a entrevistada do dia. Estava deslumbrante, esta senhora de setenta anos. Possivelmente cheia de plásticas, provavelmente cheia de maquilhagem, mas acima de tudo muito bonita. Erudita. Cheia de classe. Simpatiquíssima. Lindérrima!
A Raquel que me havia deslumbrado quando eu descobria o mundo voltara a mim, que há muito percebera estar a beleza onde a gente a quiser ver.

14 comentários:

Teté disse...

Pois, se descontares maquilhagem, plumas e roupa sexy, até iluminação e retoques fotográficos (sempre os houve, embora menos sofisticados do que actualmente), provavelmente essas estrelas não diferem muito das mulheres "normais". E aí, claro, desconto as plásticas, porque aí tanto podem ficar uma belezura ou transformadas em monstro, se correu mal... :)
Mas sim, também acho que a beleza depende muito dos olhos de quem vê... ;)

Beijocas, Kim!

Osvaldo disse...

Kim;

A Raquel valia mesmo todo o livro de cheques?!...

Podes dizer, que com uma assinatura dessas na capa, todos eles passaram a ser cheques com cobertura artística.

Grande abraço, Kim
Osvaldo

Laura disse...

Realmente, mas ainda bem que a viste mais moderna e sexy como antes, é que a Ophra se vires bem, quando está sem maquilhagem, é uma lindissima mulher e vestida calçada, ui, que beleza, se todas dispuséssemos desses cabeleireiros e cuidados como elas, acredito que eramos todas umas sexy mulheres ehhhhhhhh.

Já não me lembro do titulo dos filmes dela que vi, mas vi muitos no Miramar, em Luanda, cinema ao ar livre que dava para a nossa baía...

Beijinhos ao rapaz que nunca deixou de lembrar e de sonhar, é assim que te gosto a desvendar um pouco de ti.

a dolce.

Zé do Cão disse...

Querias? Contenta-te com fotos.

abraço

Maria disse...

Kim
O sonho é sempre mais belo do que a realidade.
Beijinho
Maria

Parisiense disse...

Era sim uma mulher bonita...e não era só fruto da tua imaginação.
Mas como todas as mulheres os anos vão passando e a beleza exterior também vai passando....mas é aí que se vê a beleza interior que elas possam ter.

E como se costuma dizer " metade da beleza de uma mulher está na caixa"....
Autografo no livro de cheques....eheheheh....não tinhas mesmo mais sitio nenhum para ter um autogarfo da Raquel?????ahahahah

Beijokitas e bom fim de semana.

laura disse...

Parisiense; tinha mas não diz, ora agora, depois a água levava tudo e no livro de cheques ficou seguro até hoje, ehhh já nem me lembro de autógrafos de actores famosos, nunca os vi...
lembro que quando estávamos em Luanda e viemos cá de graciosa, vi o António Mourão à porta de um café em Lisboa, perto da pensão onde ficávamos sempre, de chapéu e tudo,até era um bonito rapaz, mas daí a pedir um autógrafo!...

beijinhos

dolce.

Anónimo disse...

Kimamigo

Eu tenho uma Raquel, mas é Alcântara de Melo de solteira e Ferreira pelo matrimónio. Que tu conheces. Gorilas, só os da Faculdade de Direito quando eu por lá andava a fingir que estudava. E esses eram da PIDE.

Quanto à Welch que nunca tive a sorte de ver ao vivo - e que viva que ela devia ser... -, também não a mirei na entrevista à Ophra.

Mas, pelo que dizes e, sobretudo pelo visto, com mais botox ou menos silicone, está em plena forma. Aqui na minha rua, há um salão de beleza que afirma convictamente na montra: tiram-se as rugas mais rebeldes. Quando eu for grande, vou lá. É unisexo; e que não fosse.

Tendo escrito sobre a Aleivosa, aliás a Leonor Teles, que dizem que era boa como o milho, lamento sinceramente não ter um autógrafo. Não da Teles, sim da Welch.

E, melhor ainda se a caderneta de cheques fosse a dela. Não se pode ter tudo, éoké.

Abs

Anónimo disse...

POESIA MATEMÁTICA:
Quem 60 ao teu lado e 70 por ti,
vai certamente rezar 1/3
para arranjar 1/2 de te levar para 1/4
e ter a coragem de te dizer:
...20 comer!!!

XL

laura disse...

Uau, que riso ao ler o XL, mas que giro. Não conhecia, olha que levado ao pé da letra é um must!

Bonito, quem se senta a teu lado e se tenta por ti vai certamente rezar um terço para arranjar um meio de te levar para o quarto e ter coragem de te dizer; vinte comer ahhhhh......


Mas acredita que a Raquel não será, podes descansar... nem a menina do gaz se atrevia a tanto!

Um xi apertadinho da laura

Cristina disse...

Obrigada, Kim.
Grande beijinho.

Je Vois La Vie en Vert disse...

Ainda bem que ainda te sentes deslumbrado !
Um beijinho amigo da
Verdinha

Andre Moa disse...

Caro Kim,

O que mais me encanta neste teu texto não é tanto a Raquel Welch, mas sim o encanto que tu ainda mostras pelo seu encanto.
Eu que nunca fui de me apaixonar por imagens de celulóide, tenho de te confessar que preferia o livro de cheques da Raquel do que o seu autógrafo no meu livro de cheques. Mas eu nunca a vi, tão de perto como tu. Invejas minhas, por certo. E despeito.
Abreijos
André Moa

RS disse...

Não é da minha geração mas lembro-me de se tratar de uma boa actriz.