22 de abril de 2013

Velhice - talvez nunca!


A ilusão, do outro lado da vida! Não se conhecem, mas ambos falam com o espelho!

Ser velho é um bem necessário.
Chegar a velho é sinal que se viveu muito, logo, valeu a pena. Mas, terá valido a pena?
É que, o estado de velhice implica estar preparado para ser maltratado, abandonado, esquecido, vilipendiado.
Hoje, ser velho é um risco. Às vezes, até mata.
Os velhos morrem porque são velhos, porque os deixam morrer e porque eles próprio não querem mais viver.
Abandonados pelos filhos, quando os há. Dificuldades económicas, doença, morte do cônjuge e finalmente, envelopados em dormitórios de terceira idade. As causas? Tantas!
Sem qualquer objectivo de vida, para quê penar mais?
Felizmente que muitos velhos são bem mais novos que os novos. Podem ser velhos e ter vinte anos e podem ter vinte anos e serem velhos. Os primeiros, vivem um dia de cada vez e esquecem que são velhos. Os segundos, já nasceram mortos.
Há velhos que morrem velhos, já que foram sempre velhos!
Há velhos que nunca morrem, já que são sempre novos!
Aqui fico eu, um semi-velho, à espera de velho ser, tentando nunca deixar de ser novo!

13 comentários:

redonda disse...

Ultimamente tenho pensado mais nisto. Vi a reportagem na televisão sobre o Lar dos Artistas. Gostei que lá tivessem livros e um piano.
Quando era criança a minha avó costumava brincar connosco sobre devermos fazer troça dos velhos e dos ricos que era para o Senhor nos castigar e nos fazer velhos e ricos (era só brincadeira e nunca a vi fazer troça de ninguém).
um beijinho
Gábi

Teté disse...

Saber envelhecer não é fácil. Para ninguém, penso! Mas fica mais fácil para quem mantém um espírito jovem.

O que acontece atualmente é que, dado os avanços da medicina, alguns têm uma vida mais prolongada do que seria de esperar. Com pouca qualidade, já que as capacidades vão perdendo sucessivamente, sem que se possa fazer muito. E isso é triste para os próprios quando estão sãos mentalmente (o que nem sempre é o caso, e aí custa mais aos familiares ver a deterioração sem que o próprio se aperceba) e a vontade de viver os vai abandonando progressivamente, à medida que vão perdendo todas as suas capacidades básicas. Muito triste para os próprios, mas também para os familiares que são próximos, já que a maior parte dos amigos há muito partiram...

Uma grande beijoca, Kim!

Mona Lisa disse...

Espero ser uma velhota/jovem!

Estou quase!

Sempre me incomodou o abandono dos idosos.

Beijinhos.

Mona Lisa disse...

Gostei do teu/seu humor associando Mona Lisa/Da Vinci.

Se quisermos, o sonho pode continuar.Basta manter a chama acesa!!!

Beijinhos.

Janita disse...

Olha Kim, para já velhos são os trapos, e mesmo assim ainda têm alguma utilidade!

Eu costumo dizer que não me importaria de viver até aos cem, mas sempre autossuficiente e lúcida, caso contrário prefiro ir com dignidade, embora muito mais nova. Oxalá, Deus me oiça e atenda o meu desejo! Sinto pavor da dependência da boa vontade dos outros, inclusivé dos filhos. Até porque eles não terão a disponibilidade que eu tive para a minha Mãe.
Mas, no fundo o tema é que há velhos novos e novos velhos, não é isso?
Pois, velhice - talvez nunca :)

Beijinho, Kim!

mム尺goん disse...


Olá Kim. Recebi esse texto já faz tempo.Mas ele continua sensacional.

CHAPÉU VIOLETA

Aos 3 anos: ela olha para si mesma e vê uma rainha.

Aos 8 anos: ela olha para si mesma e vê Cinderela.

Aos 15 anos: ela olha para si mesma e vê uma freira horrorosa (mãe, eu não posso ir pra escola desse jeito!!!).

Aos 20 anos: ela olha para si mesma e vê "muito gorda/muito magra, muito alta/muito baixa, muito liso/muito encaracolado", mas decide que vai sair assim mesmo...

Aos 30 anos: ela olha para si mesma e vê "muito gorda/muito magra, muito alta/muito baixa, muito liso/muito encaracolado", mas decide que agora não tempo para consertar essas coisas então vai sair assim mesmo...

Aos 40 anos: ela olha para si mesma e vê "muito gorda/muito magra, muito alta/muito baixa, muito liso/muito encaracolado", mas diz: pelo menos eu sou "limpa" e sai mesmo assim...

Aos 50 anos: ela olha para si mesma e vê: "eu sou" e vai para onde ela bem entender...

Aos 60 anos: ela olha para si mesma e se lembra de todas as pessoas que não podem mais se olhar no espelho. Sai de casa e conquista o mundo...

Aos 70 anos: ela olha para si mesma e vê sabedoria, risos, habilidades, sai para o mundo e aproveita a vida...

Aos 80 anos: ela não se incomoda mais em olhar para si mesma. Põe simplesmente um chapéu violeta e vai se divertir com o mundo!

[talvez devêssemos por o chapéu violeta mais cedo]

[contém 1 beijo]

Anónimo disse...

Meu caro amigo,

Não sabemos como ou onde estaremos mais tarde, por isso, o meu leme de sempre APROVEITO o presente enquanto ainda cá estou. Ja choro muito agora, não vale a pena pensar na velhice senão estaria um duche ambulante... ;)

Beijinhos
Verdinha

Gostei da foto...

São disse...

Velhice é uma fase da vida igual às restantes e que não deveria ser menosprezada como o é actualmente!

Beijos, amigo.

Lucinalva disse...

Olá Kim

Linda mensagem. Os meus pais tem 80 anos, pense como são jovens mentalmente, são cheios de sabedoria. Quero chegar lá também da mesma forma. Gostei do seu blog. Um forte abraço.

estouparaaquivirada disse...

Envelhecer é aborrecido!
Seja qual for o "número" para mim o mais importante é ter interesses, ser curiosa, ser activa...
Apavora-me envelhecer e tornar-me uma indiferente perante tudo:(
xx

Anónimo disse...

Emocionou-me ler este post, amigo Kim.
Por um lado, recordou-me uma série de reportagens que há dois anos andei a fazer em lares de idosos e algumas histórias de vida que eles me contaram.
Foi interessante perceber que alguns detestam o lar e outros consideram que essa foi a melhor opção para o seu final de vida, mas talvez ainda mais, foi perceber como as pessoas encaram e aceitam a velhice de forma tão diversa.
Fico-me por aqui, porque o comentário já vai longo e, enquanto o escrevi, envelheci mais um pouco.
Grande abraço

Elvira Carvalho disse...

Actualmente, talvez pelo aproximar da idade me aflige cada dia mais. Prefiro nem pensar nisso e viver cada dia como ele se apresenta.Cuidei de meus pais com carinho até ao fim. Minha mãe devido ao se estado a necessitar de cuidados que eu não sabia dar esteve os dois ultimos anos num lar. Na mesma rua onde viveu mais de 40 anos, aqui pertinho da minha casa. Todos os dias eu passava com ela a tarde. A dona do lar comprou telas, e tinhas daquelas que se utilizam com as mãos, para aqueles idosos que estavam de saúde pintarem mas eles não se interessavam. Eu levei livros e filmes, mas a maioria deles eram só 15, não sabiam ler, e nem se interessavam pelos filmes. Definhavam de tristeza por terem sido afastados do convivio com filhos e netos.
A maioria só tinha visitas ao Sábado e Domingo.
Um abraço e bom feriado

Anónimo disse...

Não penses nisso. Vive !!! / abraço jc