E aqui jazem os silêncios dos segredos que só eu sei.
As malas de cartão que transportavam as parcas roupas que a tença paterna suportava, nas idas e vindas do silêncio do claustro.
A bola eterna do meu contentamento, que esperava pontapear até à fase do cajado.
A telefonia, que à noite embalava o circulo da família com o romance do Tide, lá longe na beira, nos picos da serra onde os lobos sobrepunham os uivos à radionovela da desgraçadinha e ouvir alguém falar, dentro duma caixa onde não cabia uma criança, foi o meu primeiro deslumbramento.
Os livros, ai os livros, alguns mais velhos que eu, eternos companheiros das dúvidas que dissipo e das certezas que burilo.
As fotos que o olhar prolonga numa imortal memória que o tempo não extinguiu, as cartas de amor, laivos de pinga-amor, resquícios de Casanova.
Esta é uma esquina dum mundo onde me envolvo, quando a selva não me esmaga.
Aqui, sou ainda mais ditoso!
4 comentários:
Também tenho o hábito de guardar TUDO.
Tem memórias que por vezes só eu conheço.
Aquele abraço, boa semana
Olá amigo Pedro!
Há quanto tempo!Ainda por Macau?
O meu blog, agora, praticamente só serve para guardar recordações para mais tarde tarde compilar em livro.
Obrigado amigo e um abraço em tempos de pandemia!
ADOREI ver a esquina do teu mundo, KIM, mas ainda adorei mais, ter notícias tuas.
Um beijo da amiga de longe e de SEMPRE.
Que maravilha termos boas memórias e um refúgio só nosso.
Bom Fevereiro!
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