5 de maio de 2013

Mãezinha!










Mãe, nunca te chamei mãezinha, nem mamã, que isso era coisa de ricos. 
Não é que os tempos não tivessem mudado e eu também me tivesse esquecido que era pobre, mas o certo é que nunca te chamei qualquer diminutivo ou "petit nom", porque assim não fui iniciado.
Chamei-te apenas Ana, nome tão lindo como mãe, a minha!
Sei que o sentimento que nutro por ti é comum ao amor que a maior parte dos filhos, infelizmente não todos, têm pelas suas mães, mas é em ti que colo as palavras que muitos filhos não podem hoje dizer às suas mães. Ou porque a voz se embarga, ou porque na pena se esgota a tinta.
Ser mãe é algo que um filho nunca conseguirá descrever, sabendo apenas que nada a substitui. 
Ser mãe é apenas amar incondicionalmente com três letras.
Hoje, vim às serranias da Beira onde saltitámos de granito em granito e vendo as giestas que tanto gostavas, lembrei-me de tas ofertar, quer para adornar a mais simples jarra, quer para com ela varreres a poeira do tempo, que estivemos juntos. 
Minha querida Ana, mãe, amiga, onde quer que estejas sabes que sempre os meus braços te cingirão o torso e o meu olhar te vidrará a alma.
Mãe - estarás comigo até à consumação dos séculos.

11 comentários:

estouparaaquivirada disse...

Deverá estar toda derretida ao ler esta homenagem.
Engraçado chamares-lhe Ana...
xx

Janita disse...

Comoveu-me muito esta homenagem que fazes à tua Mãe, Kim!
A minha, também se chamava Ana!
Ana José!

Um beijinho grande para ti, querido Kim.

Catarina disse...

Gostei de ler. Muito.
Bjos

Mona Lisa disse...

Emocionaste-me com tão bela e terna homenagem à tua mãe.

Um beijinhos e um xi apertadinho.

Anónimo disse...

Abraço lamechas / jc

ematejoca disse...

Kim, eu sou uma mulher de ferro, mas no que respeita a minha Mãe, sou uma lamechas e, este belo texto comoveu-me muito.

Sempre chamei mamã à minha Mãe, embora quando eu nasci já a minha família materna estava arruinada.

O Dia da Mãe na Alemanha é no próximo domingo.

mム尺goん disse...

A mãe reparou que o menino
gostava mais do vazio
do que do cheio.
Falava que os vazios são maiores
e até infinitos.
Manoel de Barros

[contém 1 beijo]

anatolio pereverzieff disse...

lindo demais. Soube sintetizar a mãe ANA em poucas palavras com uma profundidade que vai do céu à terra e do oriente ao ocidente! Parabens. Abraços a todas as mães que restam vivas!

Elvira Carvalho disse...

Uma bela homenagem à sua mãe, mas numa coisa não estou de acordo. Maezinha era coisa de ricos?
Na Seca onde nasci e onde vivi até aos 18 anos todas as crianças tratavam os pais por paizinho e mãezinha e olhe que dificilmente haveria no país gente mais pobre. E foi assim que sempre os tratamos até à sua morte, tanto eu como os meus irmãos.
Meu filho não era rico mas em comparação connosco sim podia ser considerado assim. E nunca me chamou mãezinha, porque no tempo dele já só os antigos tratavam assim os pais.
Um abraço e resto de bom Domingo

Anónimo disse...

É lindo demais para adicionar uma linha sequer.
Beijinhos, amigo Kim
Verdinha

SEVE disse...

Bonito texto. Obrigado Kim.