28 de junho de 2010

Lula da Silva - a desilusão dos brasileiros?

Li recentemente que o filho do Presidente Lula, do Brasil, terá adquirido uma propriedade por 47 milhões de reais (15 milhões de Euros aprox). Antes do seu pai chegar ao poder Fábio Lula da Silva era monitor no Jardim Zoológico. Donde surgiu esta fortuna enorme?
O ser humano não tem limites. No bem e no mal.
Pode nascer-se num berço de oiro, acompanhado dum séquito de mordomias e morrer-se numa estrumeira, abandonado e só. E pode nascer-se num palmo de terra, caído das entranhas mater e morrer-se sufocado em bafio de riqueza e fausto. Pelo meio há os outros, que nascem ricos e ricos morrem e que nascem pobres e pobres morrem.
O ponto de vista de ambas as situações tem a ver com o lado da barricada em que ambos se encontram. Os malquistos carregam consigo o ódio e a inveja dos que a ventura ou esperteza saloia bafejou com a riqueza. Os benquistos anseiam por aumentar as suas fortunas, quase sempre esquecendo os que nada têm.
Tenho sempre enorme admiração por aqueles que em nome do povo ecoam o grito da revolta e dão o corpo às balas. O que não entendo é que quando os mesmos são colocados no pedestal do poder, nada mais é como dantes. Nem me atrevo a pensar quantos presidentes existirão no mundo inteiro que tendo chegado ao poder com uma mão à frente e outra atrás, não tivessem de lá saído vergados ao peso da riqueza. O mesmo acontece com os que por lá se mantêm ad aeternum ou até que outro revolucionário os deponha.
Lula da Silva era um metalo-revoltado defensor dos pobres. O que é hoje? Protector dos oprimidos, admirador do seu umbigo ou acérrimo defensor de armas nucleares? Os piores detentores do poder são os que já foram revolucionários. Os piores ricos são os que já foram pobres. Assim foi com Ceausescu, Bokassa, Sadam Hussein, Idi Amin, Pol Pot e tantos outros. Sendo certo que os tempos mudaram e Lula não parece um tirano não é menos certo que o poder vem acompanhado da corrupção, da indiferença e da riqueza fácil.
Não conheço a realidade do Brasil, sei apenas que, ao que parece, Lula transformou-se num polvo gigante, tal o tamanho dos seus tentáculos.
A rico não devas e a pobre não prometas!

23 de junho de 2010

Júlio Gomes - o toureiro, o amigo!

Andava eu pungido num dia que nunca chegava quando entre “chocas e capotes” ouvi um nome que me era familiar – o Director da Corrida - Júlio Gomes,
Aconteceu na passada semana, no Campo Pequeno. A corrida de touros que ali acontecia era presidida pelo meu amigo Júlio. Perplexo por tão inusitada realidade desviei o olhar, os sentidos e a ânsia, para o aparelho de TV que à minha frente costuma debitar o que se passa no mundo mas do qual só retenho o que as minhas paixões desejam. De resto o “maldito” computador absorve-me uma boa parte do dia, da tarde e da noite, umas vezes porque tal faz parte do quotidiano, outras porque a evasão mental nos leva para mundos bem diferentes.
Mas vem isto a propósito de finalmente haver descoberto onde parava este amigo desaparecido do meio onde vivemos a nossa infância, na Amadora.
Só alguns “rapazes” da minha idade se poderão, eventualmente, lembrar do toureiro Júlio Gomes O Júlio foi um toureiro de renome internacional, sem no entanto ter atingido o seu fastígio em Portugal. Radicou-se na Colômbia e passou a tourear na América Latina, onde após o abandono das lides se dedicou à criação de cavalos.
Passaram entretanto muitos anos e nunca mais ouvimos dele falar.
Bastas vezes tenho comentado com o meu habitual grupo de amigos o quanto desejaria voltar a encontrá-lo e tê-lo no nosso Almoço Anual.
Pode ser que agora que descoberto está, a pesquisa e a cognição farão o resto.
Esta foi a foto possível, tirada directamente ao ecrã e, claro que o Júlio é o galã de cabelos brancos e casaco da mesma cor.
Meu caro Júlio, em breve te faremos um "pega de caras" e de abraços, "porque tudo o mais são tretas".

19 de junho de 2010

José Saramago - meu amigo?

O meu filho Luís telefonou-me e à laia de segredo em primeira mão, diz-me apenas – morreu o teu amigo!
Saramago não era meu amigo, nem me quereria conhecer. Era apenas um grande escritor.
Seria uma falsidade minha vir agora aqui fazer a apologia duma pessoa que ainda há pouco tempo critiquei. É que depois das pessoas morrerem o seu estatuto eleva-se e passam todas a ser sensacionais. Não será o caso de Saramago já que este era mesmo sensacional, apesar dos defeitos que lhe sentia, mas perdoem-me os seus fãs por tal ensaio de cegueira.
Saramago conseguiu surpreender-me com a sua explicação do porquê de não acreditar em Deus, da mesma forma que me surpreendeu com a ironia da calúnia contra O mesmo.
Ora isto não tem nada a ver com a sua inegável qualidade literária nem com o merecer do reconhecimento público da grande figura que foi enquanto escritor, (o maior, depois de Camões, segundo o meu amigo Seve). Pessoalmente até penso que Saramago é mais conhecido no estrangeiro do que Camões e terá certamente contribuido mais para a divulgação da lingua lusa do que este.
Agora o que eu não consigo é dissociar a pessoa em si, do escritor, mas também não quero ter a veleidade de julgar uma pessoa que não conheço, só porque o seu ar sisudo me empurra para outros campos que não os da pessoa lúcida que eu julgo ser, suficientemente capaz de destrinçar onde começa a cultura e onde acaba o cidadão.
Já dele ouvi dizer, que era uma pessoa extremamente afável e simpática, como também já ouvi, em tempos não muito distantes, alguns impropérios e diatribes, que o momento não aconselha a enumerar pelo respeito que a sua memória merece.
Às vezes dou comigo a pensar na máxima que me tem seguido ao longo da vida - "os grandes amores começam pelo ódio." Não que alguma vez tenha odiado José Saramago, pois nunca odiei ninguém, mas que não me caiu no goto, lá isso não, logo, certamente estará no rol dos meus futuros grandes amores.
Maradona também foi o maior jogador do mundo e ficava-se por aí. Apenas isso, o que não é nada.
Nenhuma cultura ou erudição fazem dum homem aquilo que ele não é. Nenhuma sapiência se sobrepõe à grandeza humana, por isso fica-me o resto dos meus dias para descobrir o seu lado cinzento, enquanto homem.
Não posso criticar uma pessoa sobre a qual quase nada sei, que me perdoem os que dele assim não pensam, mas não seria coerente comigo mesmo se agora que a personalidade física desapareceu, viesse engalanar a coluna dos que o vão exaltar.
A este gigante que das intermitências da morte se libertou, deixo um recado.
- Deixa lá Zé! Apenas me vou lembrar da tua grandeza literária e esquecer as coisas mesquinhas com que esta efémera passagem terrena nos vai consumindo.

18 de junho de 2010

Parabéns Gonçalo

Juno, Deusa das mulheres, do parto e do casamento na mitologia romana, deu origem ao nome do mês de Junho, tão fértil em aniversários de gentes próximas de mim.
Pois bem, o meu filhote (para mim será sempre filhote) celebra trinta e um aniversários. Parece que foi ontem que ele, sem ainda saber falar, imitava o roncar da sua motociclista paixão.
Depois, cresceu e continuou um puto muito fixe, de quem toda a gente gosta. Alguém lhe chamou um dia "Bonçalo", de tão bom que era (e ainda é). Fico muito feliz por ele e por mim.
Em Março passado, tendo-me acompanhado numa viagem, tirei-lhe esta foto no quarto do hotel, depois dum banho retemperador. É, dos meus filhos, aquele que mais gosto de fotografar, porque nunca refila nem diz não.
Parabéns filhote! Não te digo palavras de amor porque tu sabes onde elas se escondem!

16 de junho de 2010

Parabéns Júlio!

Avé César! Parabéns Júlio!
Para ti que tens vivido a vida no seu expoente máximo, aqui deixo um abraço meu e daqueles que não estando perto também o gostariam de fazer.
Um aniversário é sempre aquilo que a gente quiser e eu sei que tu queres muitos ... se forem como até então.
A vida é um espectáculo e tu tem-la usufruido com todos os sentidos, mesmo quando a ribalta não é tão iluminada. Admiro-te também por isso.
Um grande abraço e cá te espero para a sardinhada que ambos desejamos!


















13 de junho de 2010

Cabeça do fémur!

Passaram dois anos!
Precisamente no dia 13 de Junho de 2008, dia de Santo António, às 9 h da manhã entrei na sala de operações do Hospital Fernando Fonseca – Amadora.
Uma estúpida queda duma altura de cinco metros, ocorrido no dia 9 de Junho, originou a fractura da cabeça do fémur direito e do pulso esquerdo e ainda várias escoriações na cabeça e tórax.
Há momentos que a gente não esquece nunca e não é por ter sido um mau momento que dele se não deve falar.
Seis meses de recuperação deixam sempre as sequelas próprias do sinistro.
Para quem não está familiarizado com esta operação aqui deixo o registo desta peça que passou a fazer parte de mim.
Tal como disse o poeta; primeiro estranha-se, depois entranha-se.

10 de junho de 2010

Prahlad Jani - uma estória mal contada

Prahlad Jani tem 83 anos e está sob constante vigilância
(24h por dia), há já duas semanas consecutivas. Este Octogenário está a ser um grande desafio para os investigadores que não conseguem perceber como é que o asceta hindu sobrevive sem comer nem beber desde os seus oito anos de idade.

Desde que recebeu a bênção da deusa Amba Mata que diz passar-se de alimento e bebida, vivendo apenas de energia que recolhe do sol. Para os cientistas, a história é incongruente – estima-se que um homem, em geral, pode passar apenas alguns dias sem água (uma dezena no máximo) e, por exemplo, os grevistas de fome raramente conseguem exceder os 40 dias de jejum.

Entretanto, os médicos indianos debruçaram-se sobre o caso de Prahlad Jani, conhecido na Índia como Mataji, sob a égide da Organização de Investigação e de Desenvolvimento do Ministério da Defesa Indiano (DRDO). A equipa de investigação iniciou uma experiência
de 15 dias, em que o asceta foi filmado ininterruptamente durante 24 horas. Nesse período, não comeu, não bebeu, nem urinou ou defecou.

Entretanto, já 30 médicos o estão a seguir, no hospital de Ahmedabad e nenhuma alteração foi registada ao nível do seu metabolismo. Um dos neurologistas afirmou que Mataji possui uma capacidade de sobrevivência inexplicável ao nível fisiológico.

O DRDO espera mais resultados através de scanners, exames sanguíneos, medição da actividade cerebral e cardíaca – alguns elementos dos quais poderão tirar algumas conclusões, dentro de meses. Os médicos tentam perceber como é que se pode sobreviver sem alimento e bebida já que isso poderá ajudar para a resistência de militares e vítimas de catástrofes naturais.

Nota: Eu, que não sou nada céptico, não acredito em tal feito, até porque se isto fosse verídico não teria demorado 75 anos a ser do conhecimento do público e da medicina, mas ...

7 de junho de 2010

Homens - o que são?

Recebi isto vindo duma amiga. Discordo principalmente dos pontos 7, 8 e 9, mas esta é certamente a visão das mulheres e como tal, respeito-a!

1. Os homens são como as férias - não duram o suficiente.
2. Os homens são como as batatas - os novos só descascados e os velhos só a murro.
3. Os homens são como as bananas - quanto mais envelhecem mais moles ficam.
4. Os homens são como o tempo - não podes fazer nada para mudá-lo.
5. Os homens são como o café - os melhores são quentes, fortes e mantém-te acordada durante toda a noite.
6. Os homens são como o computador - difíceis de entender e constantemente sem memória.
7. Os homens são como a publicidade - jamais se pode acreditar numa palavra daquilo que eles dizem.
8. Os homens são como a conta no banco - sem dinheiro não geram interesse.
9. Os homens são como as pipocas - satisfazem, mas só um pouco.
10. Os homens são como um nevão - nunca sabes quando chega, quantos centímetros terá ou quanto tempo durará.
11. Os homens são como as fotocopiadoras - servem para a reprodução.
12. Os homens são como o estacionamento - todos os lugares bons estão ocupados, os outros são deficientes.

4 de junho de 2010

O Padre Zé Fernando

O Zé Fernando é um "gajo do caraças"!
Condenado há cinco anos a uma sentença de apenas mais quatro meses de vida, começou logo aí a lutar contra a doença da moda. É uma espécie de André Moa, com uma vintena de anos a menos.
O Zé Fernando segue à risca o que as medicinas, tradicionais e alternativas, lhe mandam já que a mente as deseja e os sentidos as aceitam.
Lutador de rija têmpera, o Zé Fernando é também um "motard" incorrigível e querido por todos, pois a batina e o cabeção que a sua condição de padre lhe conferem, são para usar noutro templo que não o do cidadão rebelde que desafia os ventos. No último fim de semana fez "Portugal de lés a lés" juntamente com um grupo de seiscentos "motards", sempre circulando por estradas secundárias e sem poder ultrapassar uma média de quarenta quilómetros/hora.

No seu sempre alegre sorriso nunca se denota um esgar de desânimo, um uivo de raiva, um gemido de dor. Bonacheirão e brincalhão, deixa em cada esquina um amigo. O Zé Fernando é o estereótipo do padre moderno, aquele que afinal veste a pele dum homem normal tão cheio de virtudes e defeitos.
De tempos a tempos vem a Portugal, onde o acompanhamento da sua doença se vai fazendo e aproveita para visitar o irmão e sacudir a saudade. É lá que a gente se encontra e devora comuns palmilhados caminhos.
Desde que lhe foi diagnosticada a doença passou a viver em Los Angeles, onde a esperança tem outro nome e onde tem um grupo de amigos que se juntou para ajudar a minorar o seu sofrimento e tentar debelar as metástases espalhadas nos pulmões.
Dizia-me ele há dias: - Como me sinto mais ou menos bem, a cada dia que acordo penso que ainda poderei ter mais quatro meses de vida, o que é muito bom!
Meu caro Zé Fernando, o teu calvário é um rio de esperança que corre para o lado da vida. Nele tentarei navegar ao sabor da brisa que vou enfrentando sabendo que chegará o dia em que estarei do outro lado da barricada e aí lembrar-me-ei de quão enome foi o teu querer, a tua garra, a tua esperança.
Podes calcorrear meio mundo, podes encurtar distâncias, qual luso Estrabão, podes adormecer nas Américas e acordar nas Beiras, mas é a força de que ti emana que eu desejo para mim.
Últimamente a vida tem-me dado exemplos de coragem como que pressagiando a lei natural das coisas. Com elas vou aprendendo e delas me vou finando.
O fastígio e a sublimação dos Deuses são aquilo que o homem quiser. Tu queres! Logo, os Deuses estarão contigo!