28 de julho de 2012

Acordo ortográfico - o "meu" mal amado!




Às vezes – o mundo entra em convulsão, mas eu também.
Agora que abri o último terço da vida não tenho mais paciência para acordos ortográficos e quejandos. Bem sei que a escrita, desde a cuneiforme até à dos dias de hoje, tem sofrido alterações constantes, o que é perfeitamente aceitável, atendendo aos ajustamentos que os tempos sempre implicam.
No entanto, se atendermos a que não há explicações para um ror de palavras mutantes e ainda para aquelas que perderam o hífen e as que o mantêm, para aquelas que perderam o C e deixaram de fazer sentido, confundindo-se com outras expressões e até lhe alterando o significado, já para não falar da baralhação que tal provoca aos meus sentidos e ainda da malta nova, que escreve tudo abreviado e com “kapas”.   Estou também a lembrar-me de alguém, do Norte, que um dia me disse: - já nem te “bêijo” - e eu ficava sem saber se já não me beijava ou se já não me via. É que, de fato, eu já não me vejo, de facto.
 Prefiro continuar na ignorância do acordo e ter  certeza que, esporadicamente, poderei dar uma calinada quando menos espero,  do que viver nesta incerteza de palavras que não se enquadram nos vocábulos aprendidos na escola primária e sucedâneas. Se me dedicasse agora à alteração e compreensão dos novos ditos, tê-los-ia minimamente aprendido, quando já estivesse com os pés para a cova, o que me daria a sensação de haver andado a desperdiçar o tempo que me faltava, em aprendizagens que não desejei e me senti obrigado.  Maldito acordo, logo agora que meu deu um ataque de voragem literária.
Sei bem que a inovação é precisa mas, francamente quando  penso que Egipto perdeu o P e até já se dizia Egito, e agora não encontro explicação para o nome a aplicar a um natural do Egipto, fico completamente obnóxio e balançam-me os neurónios entre EGÍCIO ou EGIPCIO. Não me estou a imaginar rotular a minha querida Nefertiti, de egícia em vez de egípcia.
Posso parecer etrusco, antiquado, ou lá o quiserem, mas ... sei que não vou por aí
Mudam-se os tempos, mas podem não mudar-se as vontades. 
É apenas a minha opinião, nada mais que isso!
Lol, lol, lol ???

22 de julho de 2012

Sem ti - MÃE!

No já distante ano de 1952, um ano depois de eu nascer, eras assim. Lembras-te?

A terra vã que te acolhe no seu regaço, dorme já sobre a mágoa que não pensei. Os anos correm mais rápido e os dias escorrem-me das mãos, em direcção a ti. Percorro as ruas da memória com a mesma alegria que me incutiste e reergo o canóculo da saudade, focando o distante nascente das nossas vidas. Perco-me na rua das palavras que te disse, nas horas que te não vi, nos beijos que desejei. Povoam-me, o imaginário que me legaste, a rebatinha dos dias férteis, as velhas de roupa preta, os putos esmoncados, o gajato no fundo da escada, o enlevo da mãe-madrinha, os serões da aldeia, quiçá da montanha. Depois vinha o regato do pinhal, os girinos cabeçudos, único peixe vivo que conhecia, e lá no fundo ouvia sempre o teu chamamento, qual lancinante grito que projectavas para os ares, em busca de mim. 
Hoje, sou eu quem te chama e te não encontra, no entorpecimento mental que este dia me costuma trazer. 
Fica-me o quamanho orgulho de te ter tido por matriarca, qual confidente dos meus pecados, das minhas paixões, das minhas loucuras, dos meus desaires, das minhas vitórias.
Espera-me um dia, no alvo fastígio do inimaginável, sabendo que te reencontrarei e te voltarei a cobrir de ósculos e abraços, que nem o infinito desenlaçará.
Perdoa-me o apóstata que às vezes sou! Deixa-me dizer-te o que um homem já não diz! Deixa-me sonhar e imaginar-te aqui!
Hoje dir-te-ia que, oitenta e oito anos era uma idade linda!
Dir-te-ia, mas não posso!
Parabéns, mãe!




14 de julho de 2012

Carta



Um pai entrou no quarto da sua filha e encontrou uma carta sobre a cama que dizia o seguinte:


Queridos pais:

Com muita pena vos digo que fugi com o meu noivo, encontrei o amor da minha vida. 
Estou absolutamente fascinada com os seus piercings, cicatrizes e tatuagens.
Mas não é só, estou grávida de gémeos. Aprendi também que a marijuana e a cocaína não fazem mal a ninguém.
Só rezo para que a ciência encontre a cura da sida, o Joaquim merece.
Não se preocupem com o dinheiro, o Joaquim conseguiu que eu entrasse em filmes com outros amigos, posso ganhar 50,00 € hora, se for com mais de três homens são 200,00 € e se entrar o pastor alemão do Joaquim são 300,00 €.
Não te preocupes mãe. Já tenho 15 anos e sei cuidar de mim mesma.
Com muito carinho, a vossa querida filha.

P.S: Pai, é uma brincadeira, estou a ver televisão na casa da vizinha, só queria mostra-te que há coisas piores na vida que as minhas notas.






Resposta do pai:


Querida filha,

Dei a carta a ler à tua mãe, teve um AVC e foi internada de urgência, está entre a vida e a morte.
Por causa disso e a conselho dos advogados foste retirada do testamento.
Todas as coisas do teu quarto foram doadas e também mudámos a fechadura da nossa casa.
Não tentes fazer pagamentos por Multibanco, porque a conta foi cancelada.
Demos baixa do teu telemóvel e demos também a tua colecção de CDs ao anormal do 5º andar.
Podes começar a pensar em trabalhar, com a tua idade e com esse corpinho estou certo que trabalho não vai faltar, apesar da concorrência.
Enfim, espero que sejas muito feliz na tua nova vida.

Do teu pai


P.S: Filha querida, claro que é tudo uma brincadeira, a tua mãe está aqui a ver a novela.
Só queríamos mostrar-te que há coisas bem piores que passares as próximas 3 semanas sem sair de casa, sem ir à Internet e sem ver televisão por causa das tuas notas, e da tua brincadeira de merda.

8 de julho de 2012

Milagre de Moisés?

Na ilha Jindo, localizada na Coreia do Sul, ocorre um dos fenómenos naturais mais incríveis do mundo, o chamado Milagre de Moisés.


Duas vezes por ano, durante uma maré baixa, um caminho de terra de 2,8 km, com 40 metros de largura é revelado, unindo as ilhas de Jindo e Modo por um período de uma hora.
Este fenómeno ocorre independentemente da velocidade da maré ou das ondas.
Pessoas de todo o mundo vão para testemunhar este milagre e andar pelo caminho marítimo.


Existe uma lenda por trás deste fenómeno coreano. Uma aldeia Jindo foi atacada por tigres e todos os moradores correram para a ilha vizinha, Modo. Todos, com exceção de uma mulher de idade indefesa, que foi deixada para trás. No seu desespero ela orou ao Deus do Mar, que dividiu o mar e ajudou a escapar dos sanguinários animais.