30 de janeiro de 2010

Sobe Maria sobe

Maria!
Às vezes o amanhã está diante do nosso olhar e não queremos enxergá-lo.
Julgamos estar no final da estrada, quando apenas mudamos de rota.
Desesperamos porque é o caminho mais fácil.
Partimos porque temos pressa de chegar.
Não acreditamos porque somos gente de pouca fé.
Desistimos porque não lutamos.
Maria!

Às vezes, os alcatruzes da roda, que são também os da nora, mesmo quando cheios de nada, sobem e descem, enchem e despejam e continuam na inexorável caminhada do seu destino.
Às vezes, parece que partiste um pouco!
Sobe Maria sobe, que a roda não pára nunca!



26 de janeiro de 2010

Miklos Fehér - seis anos depois

(Equipamento usado no fatídico dia)

Passaram ontem seis anos sobre a morte de Miklos Fehér. Em pleno jogo, no Estádio do Vitória de Guimarães, o jogador do Benfica caiu fulminado por um ataque de coração.
Mais que o facto de ser jogador do meu clube, Fehér foi apenas mais um dos que terminaram os seus dias terrenos em pleno campo de futebol, a exemplo de tantos outros.
Também ontem os meus olhos se deliciaram com a passagem de modelos que o tempo e a idade permitem, no desfile que os jogadores do meu tempo e alguns ainda no activo fizeram no Estádio da Luz, numa festa linda em que a finalidade era AJUDA PARA O HAITI.
O jogo de ontem, entre um misto de velhas glórias benfiquistas e de ex e actuais grandes estrelas do futebol mundial, fez-me pensar, que também o pontapé na bola pode ser um entretenimento, sem as guerras que o vil metal e a ambição desmesurada que todos conhecemos. Revi-me a jogar como eu gostava sem fazer da vitória um cavalo de batalha e dos adversários um bombo de fúria.
Foi lindo ver cabecear no chão e pontapear no ar os quilos que o tempo trouxe, numa mistura explosiva de quem já não dá uma para a caixa e de quem faz ainda da bola um momento de magia.
Foi lindo recordar que o futebol pode ser jogado entre amigos sem ódios viscerais nem cores clubísticas.
Foi lindo sonhar que poderei voltar a jogar ainda … um dia!

24 de janeiro de 2010

O peso das culturas!


Homenagem aos meus amigos alentejanos, que sei também terem preferências muçulmanas.

Um muçulmano durante o período do Ramadão senta-se junto a um alentejano no voo Lisboa - Funchal. Quando o avião descola começam a servir as bebidas aos passageiros.

O alentejano pede um tinto de Borba. A hospedeira pergunta ao muçulmano se quer beber alguma coisa.

Responde o muçulmano com ar ofendido: 'Prefiro ser raptado e violado selvaticamente por uma dezena de prostitutas da Babilónia antes que uma gota de álcool toque os meus lábios'.

O alentejano engasgando-se, devolve o copo de tinto à hospedeira e diz:
- Eu também, eu também! Não sabia que se podia escolher!!!

22 de janeiro de 2010

Liedson versus Sá Pinto




Do meu amigo SEVE (sportinguista de gema, de clara, do ovo afinal) recebi o desabafo que abaixo transcrevo.

Quem me dera que este luso-brasileiro se fosse embora do Sporting! As minhas costelas benfiquistas agradeciam imenso.

Pessoalmente acho que ambos os intervenientes têm razão, mas como não sou homem de resolver as coisas à batatada, fico-me pela apreciação de quem por aqui passar.
Afinal a culpa até foi do batatal, aliás do relvado!


Kim



Então aqui fica a versão do SEVE:


SÁ PINTO- A frontalidade, a lealdade a magnanimidade (o coração ao pé da boca) são o contrário da desfaçatez, do cinismo do calculismo do malabarismo do jogo de bastidores, enfim dos males e valores (?) que varrem a actual humanidade.
Não digo que seja uma atitude de louvar, longe disso, até porque sou um acérrimo inimigo da violência mas o que tenho ouvido acerca do homem estigmatizado por Artur Jorge é que é um homem digno, de bem, com carácter e amigo do seu amigo!

LIEDSON- E quem será este brasilenho ex-caixa de supermercado (nenhuma desonra, note-se) que agora se desloca num potente BMW 590 Turbo não sei quantos e que mesmo nos dias mais escuros e nebulosos não dispensa os seus potentes óculos escuros Dolce & Gabbana, e que se acha dono de uma agremiação centenária de utilidade pública e, por enquanto, não só dono de um país porque disso ainda não teve oportunidade....

20 de janeiro de 2010

Portugal - Novas Profissões



NOVAS QUALIFICAÇÕES
(CENTROS NOVAS OPORTUNIDADES)

Especialista de Fluxos de Distribuição - (paquete)
Supervisora Geral de Bem-Estar, Higiene e Saúde - (mulher da limpeza)
Coordenador de Fluxos de Entradas e Saídas - (porteiro)
Coordenador de Movimentações e Vigilância Nocturna - (segurança)
Distribuidor de Recursos Humanos - (motorista de autocarro)
Especialista em Logística de Combustíveis - (empregado da bomba de gasolina)
Assessor de Engenharia Civil - (trolha)
Consultor Especialista em Logística Alimentar - (empregado de mesa)
Técnico de Limpeza e Saneamento de Vias Públicas - (varredor)
Técnica Conselheira de Assuntos Gerais - (cartomante/taróloga)
Técnica em Terapia Masculina - (prostituta)
Técnica Especialista em Terapia Masculina - (prostituta de luxo)
Especialista em Logística de Produtos Químico-Farmacêuticos - (traficante de droga)
Técnico de Marketing Direccionado - (vigarista)
Coordenador de Fluxos de Artigos - (receptador de objectos roubados)
Técnico Superior de Recolha de Artigos Pessoais - (carteirista)
Técnico de Redistribuição de Rendimentos - (ladrão)
Técnico Superior Especialista de Assuntos Específicos Não Especializados - (político)

17 de janeiro de 2010

Zé do Cão!

Pois é Zé!
Arranjaste um nome simpático e até acho que nem tens cão, mas isso pouco importa

Revejo-me um pouco em ti e as tuas "estórias" são um pouco as minhas "estórias" e isso faz-me pensar que poderiamos ter sido dois bons compinchas.

Aqui te deixo a coroa que foi a tua entrada gloriosa no meu reino, sabendo que ao virar de cada esquina pode estar escondidada mais uma brincadeira, tua ou ... minha.

Um abraço amigo



14 de janeiro de 2010

Outros tempos

Até que a voz me doa e o cansaço não se acerque, aqui virei abordar um pouco de tudo mesmo não agradando a todos.
Tenho um amigo, com nome santificado, que costuma citar um seu amigo, dizendo que Deus é bom, mas o diabo também não é mau. Desta forma concilia a possibilidade de ganhar uma poltrona em lugar divino não descurando a hipótese dum simples banquinho nos quintos dos infernos. Nunca se sabe como estará a nossa cotação na hora da despedida.
É que as criancinhas que eu amo, são a melhor coisa do mundo, mas também uns diabinhos à solta quando não devidamente penitenciados desde tenra idade.
E os culpados são os pais, porque deles partem todas as veleidades que o amor às ditas cujas vai permitindo.
Então pode-se lá ignorar que um fedelho faça birrinhas de mimado, por tudo e por nada, até que lhe seja prestada vassalagem?
Claro que não, mas também há pais que jogam no mesmo clube. Hoje a condescendência com a miudagem ultrapassa as raias do razoável e depois acaba com pais e filhos metidos no mesmo saco.
Os meninos querem tudo e tudo têm, mesmo os que nada têm.
Têm influência nos pais porque não tiveram educação. Têm influência nos professores porque os pais lhes deram força. Têm influência na vida porque desprovidos de senso estão.
Abomino tons em dó maior e lamento que a resolução dum problema aconteça com o beneplácito paternal, já que os pais de ontem têm medo dos filhos de hoje.
Tenho de escrever criptado, não vão elas entender e eu ser mais um enjeitado!
Não é fácil ser adulto!?

12 de janeiro de 2010

Ai, as mulheres!

Ai, ai, ai!
Querem ver que qualquer dia ainda organizo um almoço do género do meu, mas só para mulheres!?
Acho que, pelo menos o primeiro almoço não seria mau de todo. No segundo, já acabava tudo à porrada.
UMA DAS GRANDES QUALIDADES DAS MULHERES É A DE SEREM AS MELHORES AMIGAS DOS HOMENS, NÃO DE MULHERES. O que não invalida que também haja verdadeira amizade entre mulheres, mas isso só acontece com uma ou duas amigas, mais nada.
Julgo que não tenho nenhuma amiga que não diga que prefere a amizade dum homem à duma mulher. Desde que seja uma verdadeira amizade, sem qualquer outro tipo de interesse, como é óbvio.
Até conheço muito boa gente que é bem clara a dizer que não tem amigos, nem homens nem mulheres. É que por dá cá aquela palha, cai o Carmo e a Trindade, logo não é fácil manter amigos.
A amizade demora uma vida a cimentar-se e um segundo a desmoronar-se.
Minhas queridas, vocês sabem bem que é verdade. Não há nenhum grupo de vinte mulheres (como é o nosso grupo dos homens) que se aguente muito tempo.
Um dia a casa vai abaixo. É que nós falamos das mesmas coisas que falam as mulheres e não nos chateamos. As mulheres, após as primeiros enxovalhos de escárnio e mal dizer dos homens, acabam sempre a falar de mulheres e ... mal! Verdade ou não? As mulheres dão-nos tudo, até na cabeça.
Hoje estou com um ataque de machismo e como estão sempre a chegar-me ventos com pedidos de posts polémicos, às vezes - faço-lhes a vontade.
Não vou ficar com inimigas a partir de hoje, pois não?
Mesmo assim adoro as mulheres. Estas em especial!

10 de janeiro de 2010

Almoço anual

Gigi e a simpática bailarina

Tasca do Alexandre - o homem dos cantares alentejanos

Ex-combatentes em Angola e Guiné

Foi hoje!
Pessoal da Porcalhota 2010!
É assim nos Janeiros de cada ano e já lá vão trinta e cinco.
Ainda com o longo almoço/jantar a decorrer já os sonidos da saudade badalavam por alguns cantos.
Como habitualmente, o sol awmpre raia neste sábado e só quem é bafejado pelos deuses tem direito à limpidez que os céus emprestam. Raramente chove no segundo sábado do primeiro mês de cada ano.
Dão-se os primeiros abraços, recordam-se as mesmas “estórias” e parte-se para a degluta.
Jorram então líquidos que Baco pisou e devoram-se carnes que o fumeiro curou.
Depois, voltamos às origens recreativas dos vinte anos e entre novos abraços e cantares alentejanos na Tasca do Alexandre vê-se o filme dos anos que já passaram, lembram-se os quilos que pesavam menos e as rugas que não havia.
Excepcionalmente a “dança do ventre” preencheu alguns minutos, daqueles em que se não manjava.
Depois comeu-se fado com bacalhau assado e aconteceu poesia.
Já o Sporting respirava de alívio e o Benfica ganhava, quando o dia adormeceu!

6 de janeiro de 2010

Casamento Gay

Uma agressão somente à religião Católica? Não (não existem casamentos entre indivíduos do mesmo sexo em nenhuma religião)

Uma agressão somente à Civilização Ocidental? Não (não existem casamentos entre indivíduos do mesmo sexo em nenhuma civilização)

Uma agressão somente à humanidade? Não (não existem casamentos entre indivíduos do mesmo sexo em nenhum grupo de humanos)

Uma agressão à Natureza? Certamente não há no Reino Animal situações de acasalamento entre indivíduos do mesmo sexo.

Casamento "gay"

Abomino histerias. E o casamento "gay" é histeria. Segundo dizem, recusar o casamento a pessoas do mesmo sexo é uma "discriminação". As pessoas dizem a palavra - "discriminação" - e esperam que eu me comova. Não me comovo. Claro que é uma discriminação. E daí? Todos os dias, a todas as horas, sobre as mais variadas personagens, a sociedade exerce as suas "discriminações". Se, por mera hipótese, eu pretendesse casar com duas mulheres, estaria impedido pela força da lei. Não será isto uma "discriminação"? Por que motivo o Estado impede que três adultos que se amam possam construir uma família em conjunto?

Arrisco hipótese: porque a sociedade estabeleceu os seus códigos de conduta, os seus símbolos, as suas instituições". São estes códigos, estes símbolos, estas "instituições" que sustentam a vida em sociedade e não vale a pena questioná-los por cálculo racionalista. Acabamos por chegar a conclusões francamente lunáticas. Se o casamento passasse a ser um mero contrato baseado no afecto (a visão sentimental da tribo), não haveria nenhuma razão substancial para impedir todas as formas possíveis de casamento: entre pais e filhos; entre irmãos; entre duas mulheres e um homem; entre uma mulher e vários homens; etc.

É justo que duas pessoas do mesmo sexo que partilham uma vida em comum possam assegurar certos direitos sucessórios ou fiscais. Não é justo desmontar o casamento tradicional para acomodar o capricho de uns quantos. Pior: o gesto apenas abriria uma nova forma de "discriminação" sobre todos os outros - pais e filhos; irmãos; duas mulheres e um homem; uma mulher e vários homens - que são deixados injustamente à porta do matrimónio. Tenham juízo e, já agora, portem-se como homenzinhos.


João Pereira Coutinho - in Expresso

Amén João!

4 de janeiro de 2010

Júlio Amaro - pinceladas!

Um dia um amigo meu, miúdo como eu, perguntou-me se queria ir à baixa. Devo dizer que eu morava na Av João Crisóstomo e a nossa ida à baixa era a pé. O pai desse meu amigo trabalhava na baixa e era sapateiro. E fui com ele. Quando chegámos aos Restauradores, junto da Kermesse de Paris, que era uma casa que vendia brinquedos aos filhos dos ricos, o meu amigo disse-me:
- Olha Júlio, fica aqui porque se o meu pai sabe que tu vens comigo, diz ao teu e podes apanhar. Assim fizemos e eu ali fiquei à espera.
Encostei o nariz às montras da kermesse de Paris. Estava deslumbradíssimo com aqueles caríssimos brinquedos importados, que só em sonhos se podiam imaginar existir, quando de repente, absorto que estava sou despertado por uma mão que poisa na minha cabeça e me diz:
- Queres um brinquedo? Olhei para a pessoa e respondi:
- Quero!
- Então anda comigo. Vamos lá dentro.
Admirei-me de ver tanta gente à volta, a fazer um semi-circulo junto da kermesse. As pessoas em silêncio eram muitas, dezenas, talvez centenas. Entrei na kermesse com esse homem e reparei que os empregados utilizaram duma deferência muito solicita para com esse homem. E comecei a ouvir:
- Boa tarde senhor presidente! Boa tarde senhor presidente!
Esse senhor, o presidente disse-me:
- Escolhe um brinquedo!
Claro que eu fui direito a um comboio Marklin, que naquele tempo só os filhos dos milionários tinham e disse:
- Escolho este!
- Não! Escolhe daquele monte!
Então escolhi, dum monte de brinquedos de dez tostões, um brinquedo que era um jogador de futebol com quatro rodas e a gente puxava com um cordel e a perna andava para trás e para a frente. Fiquei um pouco triste pois não era aquilo que queria. Quando ele vai para pagar, o empregado disse que não era nada, Senhor Doutor Salazar.
Fiquei então a saber que Salazar me tinha oferecido um brinquedo. Quando sai, ele fez-me uma festa, o povo abriu alas e eu fui para casa. O Tonecas já lá não estava. Quando cheguei a casa, a minha mãe perguntou onde tinha eu arranjado o brinquedo.
- Foi o Salazar mãe!
- Ah meu filho! Qual Salazar?
- O Salazar, mãe, o Salazar!
- Qual? Aquele de quem o teu pai fala às vezes?
- Sim esse, mãe!
- Ai filho vai-te deitar que o teu pai dá cabo de ti. Finge que estás a dormir pois senão levas uma grande tareia. Eu assim fiz!
Estava a fingir que dormia quando a minha mãe contou o sucedido ao meu pai.
- Olha, o rapaz tem ali um brinquedo e diz que foi o Salazar que lho deu.
O meu pai nem respirou. Acordou-me logo e perguntou-me:
- Ouve lá rapaz, onde é que arranjaste este brinquedo?
Outra vez com toda a naturalidade disse-lhe:
- Foi o Salazar que mo deu! E expliquei-lhe como tinha sido.
O pobre do pai ficou perplexo e viu logo que eu não estava a mentir.
- Amanhã vamos lá!
E fomos. Metemo-nos no eléctrico de circunvalação da Duque D’Ávila, descemos a Avenida da Liberdade e fomos lá. Apeámo-nos nos Restauradores e o meu pai entrou comigo na Kermesse de Paris e perguntou aos homens.
- Isto foi comprado aqui?
- Foi sim senhor!
- E foi o meu filho que comprou?
- Não senhor! Foi o Doutor Oliveira Salazar!
O meu pai, ferrenho anti-fascista, por ele deportado para S. Tomé, odiava-o tanto que, de olhos esbugalhados, pegou-me ao colo, eu que já tinha sete anos, apanhámos o carro eléctrico e até chegarmos a casa não se cansava de dizer às pessoas que entravam ou saíam do eléctrico.
- Sabe quem deu este brinquedo ao meu filho? Foi o Salazar!
Claro que o meu pai não mudou em relação a Salazar mas sabe-se lá, se no intimo não ficou agradecido pelo brinquedo que o ditador tinha dado ao seu filho e pela aproximação que tinha havido entre mim e o homem que governou este país.
Pobre pai!

1 de janeiro de 2010

Feliz Ano Novo


A todos os credos, religiões e raças!
A todos os que por aqui passaram, com opiniões contrárias ou não!
A todos de quem eu gosto e que gostam de mim!