30 de abril de 2009

Da janela do meu quarto

Portas de Benfica

Santa Cruz de Benfica e Monsanto

Bº das Pedralvas - Benfica

Vejo a luz ... das Portas de Benfica, de Santa Cruz de Benfica, de Monsanto e daquele ror de obras que giram à minha volta.
A CRIL está em franco desenvolvimento e a cada dia que passa a obra avança.
Nota-se! Sente-se! Vê-se!
A poeira assentou, o barulho das máquinas acalmou e a zona pedonal desapareceu.
Mais do que o que se possa dizer, as imagens falam por si!
Da janela do meu quarto ... vejo a luz do quarto delas!

29 de abril de 2009

Reencontro em Beja




Era dia 25 de Abril de 2009.
O sonho de ver a homenagem ao meu amigo Júlio Amaro havia-se gorado.
Senti então saudade dalguém, por sinal com nome parecido (José Amaro) há muito a morar no cemitério de Beja e para lá rumei.
A última lembrança que dele tinha era a de um quase alvo ataúde, onde uma pequena janela de vidro deixava ver-lhe o rosto já despido do seu tão quente e enigmático sorriso.
Haviam passado vinte e cinco anos que ali me despedira do meu amigo, deixando-o ladeado por esguios ciprestes, abandonado no frio mármore da tumba.
E nunca mais voltei!

Como que por magia os meus passos dirigiram-se directamente para onde o instinto me levava.
E ali estava o meu amigo Martin, como eu lhe chamava, e Zeca, como outros o conheciam. Um frémito de emoção abanou meio século de vida.
Por momentos recuei aos nossos tempos em Paris, onde ele já vivia quando ali cheguei no final da década de sessenta.
Irmão que não tive e cúmplice do desenrasca era o que estava ali à minha frente. Não mais nos fizemos passar por irmãos nem mais partilhámos divididos corações de lindas donzelas. Alain e Martin eram uno!
Martin partiu cedo, aos trinta e três anos. Um tumor cerebral interrompeu-lhe os sonhos e empurrou para a loucura os pais dum filho só.

Mário e Isilda, seus pais, abandonaram Paris e compraram um pequeno apartamento quase em frente ao cemitério de Beja e nunca mais viveram.
Entrelaçada entre o ferro e o vidro do jazigo, deixei a saudade dum rosa com espinhos.
Voltarei!
À bientôt mon ami!

26 de abril de 2009

Homenagem adiada


Era um dia de homenagem a Júlio Amaro.

A edilidade de Portimão não conseguiu terminar a tempo o monumento desenhado por Júlio Amaro.
Ficou também por inaugurar a rua com o seu nome. Não fazia sentido inaugurar uma coisa sem a outra.
Era a homenagem da cidade àquele que, no último terço da sua vida, tanto elevou o seu nome.
Era, mas não foi!
Em data a marcar, encontrar-se-á novo dia para a justa homenagem.

Deixa lá Júlio - já estavas habituado!

24 de abril de 2009

Há coisas do catano



Como dizia o meu avô - há coisas do catano!

Tenho andado para aqui a falar de riqueza e do Homem mais rico da Babilónia e afinal ontem já fui rico. Até parece que os posts anteriores chamaram a riqueza, mas logo a seguir vem a realidade.

Pois bem, como se pode verificar pelo extrato anexo, o meu banco movimentou na minha conta a quantia de mais de SETE MILHÕES DE EUROS. Claro que se tratou dum "pequenito" engano, mas fiquei a pensar que às vezes há coincidências do catano. É que sete milhões e trezentos mil euros, são exactamente 10% do fabuloso prémio do Euromilhões desta semana.
Se a vida não fosse feita de sonhos estaria agora a matutar o cerebelo, por via da tal dízima que deviamos poupar.
Afinal o autor do Homem mais rico da Babilónia tinha razão!
Os 10% já eu cá tinha. Só faltava o resto!
Que pena o Banco ter-se enganado!

23 de abril de 2009

Carta Aberta ao XL

A propósito dos comentários ao HOMEM MAIS RICO DA BABILÓNIA

Meu querido XL!

Este é um tema que podemos debater um dia destes.
Sabes bem que sou apolítico e não pretendo endireitar o mundo, mas também sabes que sou uma tentativa de Salomão com salpicos de sonhador.
Gosto de falar contigo sobre estas coisas. Dás luta e não te chateias.
E desses milhões de pobres que falas, quantos deles gastam dinheiro em inutilidades e vícios, faltando depois para os bens essenciais?
Queres exemplos?
Dar-tos-ei quando a tua presença pairar neste reino pouco babilónico.
Também eu não sou lírico, nem acredito em livros que ensinam a fazer fortuna.
O que acredito é que se fossemos suficientemente capazes de guardar um dízimo de tudo o que ganhamos, talvez déssemos razão ao autor do livro.
E não me perguntes pelos que vivem abaixo do limiar da pobreza, porque desses não fala o autor. Ele fala apenas dos pobres como tu e eu que ainda vamos tendo o suficiente para ziguezaguear a vida, passando por ela sem saber o que é efectivamente a pobreza.
Fazê-lo é uma questão. Ignorá-lo é outra!
Meu querido XL!
Gosto de ti, porque gosto! E porque não és pobre … de espírito!

22 de abril de 2009

O homem mais rico da Babilónia

Quem quer ser bilionário?

Não era minha intenção intitular esta crónica com semelhante néon cinematográfico, mas quase sem querer a minha pena deslizou para tal título.
Passamos uma vida a ignorar as coisas simples e preocupamo-nos com coisas de somenos importância. Depois constatamos, já tarde, que o enriquecimento material podia ter-se projectado num reflexo espelhado daquilo que cada um tem no seu interior.
O Homem mais rico da Babilónia é um livro bem actual que toca o sentido despesista daqueles que julgam não haver amanhã.
Vale a pena lê-lo.
Lê-se numa tarde! É barato e dá milhões!

Às vezes - sinto-me o homem mais rico da Babilónia!

19 de abril de 2009

Parabéns - Maria das Caldas




Três gerações (A Maria - o seu pai e a sua neta cantando os parabéns)


E Viva a Maria das Caldas!

Pois é meus amigos. Esta Maria (há mais Marias na terra) foi uma das primeiras comentadoras deste espaço. Vezes houve que se confundiam as Marias.
Problemas de saúde e paciência tê-la-ão empurrado para a pintura, sua grande paixão, já que no horizonte não se lhe conhecem outros vícios.
Almoçámos um dia em Lisboa, com um grupo de bloguistas e mais tarde fui visitá-la às Caldas da Rainha, aquando duma exposição de pintura colectiva.
A sua ausência é hoje aqui colmatada com um abraço e um beijinho de parabéns por mais um aniversário.

Ainda um dia reúno este pessoal e fazemos uma pintura colectiva!
Parabéns Maria! Pinta muito!

18 de abril de 2009

A crise - o outro lado!


Um homem vivia à beira duma estrada e vendia cachorros quentes.
Ele não tinha rádio, televisão e nem lia jornais, mas produzia e vendia bons cachorros quentes. Preocupava-se com a divulgação do seu negócio e colocava cartazes pela estrada, oferecia o seu produto em voz alta e o povo comprava.
As vendas foram aumentando e, cada vez mais, ele comprava o melhor pão e as melhores salsichas. Foi necessário também adquirir um fogão maior para atender uma grande quantidade de fregueses, e o negócio prosperava. Os seus cachorros quentes eram os melhores em toda a região!
Vencedor, ele conseguiu pagar uma boa escola ao filho.
O menino cresceu e foi estudar economia numa das melhores faculdades do país. Finalmente, o filho já formado, voltou para casa, notou que o pai continuava com a vidinha de sempre e teve uma séria conversa com ele:
- Pai, então você não ouve rádio? Você não vê televisão e não lê os jornais? Há uma grande crise no mundo. A situação do nosso país é crítica. Está tudo ruim. O mundo vai ter grandes problemas.
Depois de ouvir as considerações do filho doutor, o pai pensou: Bem, se meu filho que estudou economia, lê jornais, vê televisão, acha isto, então só pode estar com a razão. Com medo da crise, o pai procurou um fornecedor de pão mais barato (e claro, pior) e começou a comprar salsichas mais baratas (que eram também as piores). Para economizar, parou de fazer cartazes de propaganda na estrada.
Abatido pela notícia da crise já não oferecia o seu produto em voz alta. Tomadas essas providências, as vendas começaram a cair e foram caindo, caindo e chegaram a níveis insuportáveis e o negócio de cachorros quentes do velho, que antes gerava recursos até para fazer o filho estudar economia na melhor escola, faliu.
O pai, triste, então falou para o filho:
- Tinhas razão, meu filho, nós estamos no meio de uma grande crise.
E comentou com os amigos, orgulhoso:
- Bendita a hora em que eu mandei o meu filho estudar economia, ele avisou-me da crise…!!!

Cada um tire as suas próprias conclusões!

15 de abril de 2009

Dady - operado ao fémur

Com a camisola do Dady, até pareço um jogador de futebol

Como eu entendo esta lesão!
O meu amigo Dady, actualmente a jogar na Primeira Divisão da Liga Espanhola foi operado a um aneurismático quisto ósseo benigno no fémur.
Para além da época ter terminado para ele, tem agora pela frente uma recuperação de três meses.
O Dady é um jovem em extinção, homem de bom coração, profissional irrepreensível.
Iniciou-se nos escalões de formação do Futebol Benfica, passando depois para o Sporting, depois Estoril, Belenenses e agora Osasuna
Claro que o primeiro pensamento que tive quando soube da notícia, foi o facto de associar imediatamente esta operação àquela que eu fiz no verão passado, sendo que o meu osso foi substituído e o dele não. Sei bem o que penei e o que custou voltar a aprender a andar.
Depois, lembrei-me que joguei o meu último jogo de futebol, com a camisola que ele me tinha oferecido uns dias antes.
Depois, continuei a lembrar-me doutras coisas e percebi que eu era um homem feliz porque podia voltar a caminhar.
Depois, lembrei-me ainda dos que, não o podendo fazer, continuam a sonhar com a quimera de poder voltar a andar um dia.
Depois, acordei e … vi que era tudo verdade!

Dady disse-me isto há bem pouco tempo:

- O Sr Ribeiro vai comigo passar férias a Cabo Verde e não precisa de levar carteira.
Cabo Verde, um país que eu já conheço e ele faz questão de mostrar o que eu não vi.
Um gesto simples dum homem simples!
Fazem falta atletas como tu! Os relvados esperam-te Dady!

13 de abril de 2009

A Histérica


Éramos quatro conhecidos.
Falávamos daquelas parvoíces que às vezes os homens falam e …
… às tantas diz assim um deles, o Fernando:
- É pá, pouco tempo depois de me casar ia tendo um grande problema porque uma prima da minha mulher não me largava a “labita”. Andava sempre atrás de mim e fazia-me olhinhos à descarada. Devia ser uma boa “deita” até porque a gaja era uma histérica do caraças. Mas como ela tinha dois filhos e eu tinha acabado de casar, lá me aguentei à bronca e fiz de conta que não percebia.
Meio boquiaberto e com ar de quem queria descobrir a pólvora, pergunta o Artur ao Fernando:
- Oh Senhor Fernando! Então explique-me lá, se ela era histérica como é que tinha dois filhos?
Éramos quatro conhecidos e estéril fiquei. De sorrisos!

10 de abril de 2009

Parabéns David


Santa Maria da Feira veio a Lisboa!

O Rei David faz hoje 43 anos e ...
Saiu de casa com a mulher para ir beber uma bica e só parou em Lisboa.
Apenas um romântico faria uma coisa destas.
Bem, sendo assim, lá vamos nós amanhã matar saudades com uma sardinhada pela frente e ouvir os desabafos da minha querida Estrelinha (Isabel).
Ai David David, como brilha a tua Estrela!
Parabéns meu velho!

9 de abril de 2009

Vous entrez en France


Um dia, a exemplos de outros dias, fui dar uma voltinha com uns amigos, por esses países fora.
Foi uma volta um pouco diferente das outras, porque estes amigos não eram de infância e também porque não havia a confiança e a proximidade que as amizades da puberdade sempre encerram. Mas lá que éramos amigos, isso éramos.
Durante a viagem, falámos de inumeráveis coisas que não era normal falar e numa delas eu explicava-lhes que a língua francesa era como todas as outras. Escrevia-se duma maneira e lia-se doutra. Dei-lhes alguns exemplos e um deles era o de que o Ó e U quando estão juntos, lê-se U, não OU.
Então, muitos quilómetros depois, já não sei a que propósito e já perto de terras de França, um dos meus compagnons de route resolve fazer alarde das suas capacidades de viajante e sai-se com esta:
- Quando eu era mais novo fui a França!
Sabendo que isso era mentira, provoquei-o dizendo-lhe:
- Então sabes algumas palavras francesas?
- Sim, sei algumas coisas de francês! Respondeu ele um pouco hesitante.
Palavras não eram ditas quando no chão e numa placa da estrada aparece escrita a seguinte frase – VOUS ENTREZ EN FRANCE.
Resta acrescentar que este amigo é natural dum zona do país (desculpem-me os que de lá são – allô Laurinha) onde é normal trocar o V pelo B.
Então perguntei-lhe se ele sabia o que queria dizer aquela placa. Lembrando-se do exemplo que eu lhe dera, começa a franzir o sobrolho e deve ter pensado assim. - Se nesta palavra, VOUS, o Ò e o U, se lê U, então VOUS lê-se VUS.
Balbuciando começa então com monossilábicas:
- VUS … VUS … VUS …
- Então o que quer dizer a placa? Insisti eu.
- Bem! VUS, VUS, quer dizer que aquela faixa é para os autocarros (BUS).
Subitamente deu-me uma BONTADE enorme de gargalhar!

6 de abril de 2009

Questão de vírgulas


Alguém me perguntou onde colocaria eu a vírgula, na seguinte frase


SE O HOMEM SOUBESSE O VALOR QUE TEM A MULHER ANDARIA DE GATAS À SUA PROCURA.

Se colocou a vírgula depois de MULHER, é tendencialmente uma mulher. Se colocou a vírgula depois de TEM, é tendencialmente um homem.

Eu juro que coloquei a vírgula depois de MULHER

A vírgula pode ser uma pausa... ou não.
Não, espere. Não espere.
Ela pode fazer desaparecer o seu dinheiro.23,4 . 2,34
Pode ser autoritária.
Aceito, obrigado. Aceito obrigado.
Pode criar heróis.
Isso só, ele resolve. Isso só ele resolve.
E vilões.
Esse, juiz, é corrupto. Esse juiz é corrupto.
Ela pode ser a solução.
Vamos perder, nada foi resolvido.Vamos perder nada, foi resolvido.
A vírgula muda uma opinião!
Não queremos saber. Não, queremos saber.

Uma vírgula muda tudo.


4 de abril de 2009

Júlio Amaro - ele ia gostar ...


… de saber que a Câmara Municipal de Portimão decidiu atribuir o nome de “Júlio Amaro” (pintor) a uma rua da cidade.
… de saber que a mesma Câmara, vai inaugurar um monumento que ele desenhou.
… de saber que está no horizonte, uma estátua em sua memória
… de saber que estes eventos vão acontecer no próximo dia 25 de Abril.
… de saber que os amigos (neste caso J.C.) retocam as suas fotos, com sabor a aguarela.
… de saber que nesse dia lá estaremos, na primeira fila!
Vais gostar de nos sentir!
Até já, Júlio Amaro!

2 de abril de 2009

Lingua Portuguesa - a fértil


Este texto é dos melhores registos de língua portuguesa que eu tenho lido sobre a nossa digníssima 'língua de Camões', a tal que tem fama de ser pérfida, infiel ou traiçoeira.

Um político que estava em plena campanha chegou a uma pequena cidade, subiu para o palanque e começou o discurso:

- Compatriotas, companheiros, amigos! Encontramo-nos aqui, convocados, reunidos ou juntos para debater, tratar ou discutir um tópico, tema ou assunto, o qual me parece transcendente, importante ou de vida ou morte. O tópico, tema ou assunto que hoje nos convoca, reúne ou junta é a minha postulação, aspiração ou candidatura a Presidente da Câmara deste Município.

De repente, uma pessoa do público pergunta:

- Oiça lá, porque é que o senhor utiliza sempre três palavras, para dizer a mesma coisa? O candidato respondeu:
- Pois veja, meu senhor: a primeira palavra é para pessoas com nível cultural muito alto, como intelectuais em geral; a segunda é para pessoas com um nível cultural médio, como o senhor e a maioria dos que estão aqui; A terceira palavra é para pessoas que têm um nível cultural muito baixo, pelo chão, digamos, como aquele alcoólico, ali deitado na esquina.
De imediato, o alcoólico levanta-se a cambalear e 'atira':
- Senhor postulante, aspirante ou candidato: (hic) o facto, circunstância ou razão pela qual me encontro num estado etílico, alcoolizado ou mamado (hic), não implica, significa, ou quer dizer que o meu nível (hic) cultural seja ínfimo, baixo ou mesmo rasca (hic). E com todo a reverência, estima ou respeito que o senhor me merece (hic)pode ir agrupando, reunindo ou juntando (hic) os seus haveres, coisas ou bagulhos (hic) e encaminhar-se, dirigir-se ou ir direitinho (hic) à leviana da sua progenitora, à mundana da sua mãe biológica ou à puta que o pariu!!