31 de maio de 2008

Salvatore Adamo - Tombe la Neige

A inexorável marca do tempo, passa por todos.
Adamo foi também aquele que tilintou aos meus ouvidos os primeiros acordes de palavras doces e que eu traduzia para o meu grosso leque de amigas, por ele apaixonadas.
Adamo, foi um terno jardineiro, como lhe chamou Brel e plantou-me o jardim dos verdes anos. A última vez que assisti a um espectáculo dele foi há poucos anos, em Espinho e foi assim que o ouvi cantar. Não era aquela voz doutro tempo, nem as canções eram cantadas na mesma versão que eu gostava, mas era ele, a dez metros de mim. E os meus amores nunca morrem. Com voz ou sem ela.
Senti forte o seu envelhecer e percebi então que este, mais velho que eu, entrara no Outono da vida, qual comum mortal.
Às vezes julgo ouvi-lo dizer-me bem baixinho – não te zangues se eu te cantar as recordações dos meus quinze anos.
Sois pas fachê si je te chante les souvenirs de mes quinze ans!



29 de maio de 2008

Desabafos dum cota




Não sou masoquista nem quero impor as minhas ideias àqueles que aqui ontem comentaram o lado positivo desta miudagem, apesar de tudo rebelde.
Respeito estas loucuras. De certa forma, todos tivemos algumas na juventude.
Há rituais que aceito, vistos por outro prisma, já que se relacionam com hábitos ancestrais e tribais, muito virados para a espiritualidade e crenças pagãs e também para afastar maus espíritos ou polonizar as fêmeas.
Tal não acontece com esta malta, que arranca e mutila parcelas do corpo e altera fisionomicamente a fachada com que vieram ao mundo.
É evidente que não é menos inteligente ou sábio, aquele que pela sua forma de estar na sociedade colide com os parâmetros definidos pela sociedade, mas isto é raiar a loucura.
Aqui só para nós – não é louco este primeiro jovem que através de engenharia estética engendra uma forma de ficar com “cornos” na cabeça?
E o burro sou eu? (onde é que já ouvi isto?)

28 de maio de 2008

Que geração é esta?











O que é isto?
Geração rasca? Geração perdida? Geração rebelde?
Devo estar a ficar fora de moda e não vejo esta auto-afirmação como um posicionamento na sociedade de classes. É apenas um instante de loucura!
E pensavam os meus pais que, calças à boca de sino, cabelos compridos e camisas às flores eram coisas do demo.
É por estas e por outras que vou continuar um eterno saudosista!
Ó tempo, volta pra trás
Traz-me tudo o que eu perdi
Tem pena e dá-me a vida
A vida que que já vivi





Criança precoce


Mérito do fotógrafo ou do modelo?

Olha o raio do puto, hein!

Se não fosse chinês, diria que até tem os olhos em bico.

O futuro é das crianças.
Elas lá sabem!

27 de maio de 2008

Jacques Brel - ma passion



Já aqui falei de Jacques Brel – um OVNI da canção.
Gostar de Brel é como amar uma mulher feia. Gosta-se porque se gosta. O rosto não interessa. Nem tão pouco o mau feitio, ou o cúmulo de excessos.
Brel era isto tudo, mas foi a doçura das suas palavras, umas vezes e a dureza das mesmas, outras, que me convenceram a amá-lo como se ama a feia mulher.
Os portugueses, na sua generalidade, conhecem apenas meia dúzia de canções, mas Brel é uma verdadeira enciclopédia de murmúrios de amor e gritos de revolta.
É difícil enumerar qual a sua mais bonita canção, apesar de saber que a maioria escolheria "Ne me quitte pas".
Estou já noutra fase e hoje elegeria, La Chanson des Vieux Amants, a sua canção mais simples e mais bonita. É como o despertar duma consciência adormecida onde é sempre possível amar. E tal acto não tem idade!
Mesmo assim, aqui vos deixo - Não me deixes – Ne me quitte pas!

25 de maio de 2008

Américo Duarte Santos e os OVNIS


Serra da Gardunha – Base de Ovnis

Ontem, sábado, a RTP 2 transmitiu um documentário e uma simulação dum caso acontecido, sobre fenómenos ovnilogicos. O programa foi na sua totalidade dedicado a Américo Duarte dos Santos, homem que passou um quarto da sua vida a estudar ocorrências estranhas na Serra da Gardunha.
Conheci-o em circunstâncias profissionais, quando procurou os meus serviços. Ficámos confidentes e desde esse dia, tanto eu como o meu filho Bruno, passámos a ouvi-lo com atenção desmesurada. Contou-me então;

Um dia, na década de setenta, em Alpedrinha, lá para as bandas do Fundão, tendo adormecido por instantes, ao volante do seu carro, acordou arrebatado por uma força superiora.
Parou e viu então pequenas luzes que se deslocavam a velocidade estonteante, em todos os sentidos, por cima da Serra da Gardunha.
Natural de Lisboa e aí residente, mas atordoado por tal episódio, decidiu então abandonar a cidade, comprar um terreno, fazer uma casa na base da serra e dedicar-se à descoberta de tão estranho fenómeno.
Começou aí a procura do insólito. Tornou-se então um acérrimo defensor de vida extraterrestre, o que viria a torná-lo mais conhecedor da serra do que os ali residentes há muitos anos.
Segundo ele, nas entranhas da serra haveria uma base de ovnis, para onde foi teletransportado e com os quais teve, por duas vezes, contactos de terceiro grau.
Era delicioso falar com este homem. Ora porque me fazia sonhar, ora porque parecia raiar os extremos da imaginação.
Tudo o que observou ficou registado em livro, que nunca publicou, mas que teve a amabilidade de me oferecer e que guardo ainda.
Para terminar aconteceu um facto não menos estranho.
Visitei-o há uns meses atrás. Não consegui falar com ele, porque a sua mulher me disse para voltar mais tarde, pois tinha acabado de se deitar para dormir a sesta.
Soube hoje, pelo programa da televisão, que o Américo Santos, morreu há vários anos, o que já confirmei, por aquilo que pesquisei na Net. Em que ficamos?
Vou ficar a pensar nisto até perceber o que aconteceu e lá voltar.
Contactos de quarto grau?

23 de maio de 2008

O Vôo da Noiva


Um quadro comprado na última exposição do Bruno, em Portugal, demorou uma eternidade à chegar à parede da sala que o aguardava já há muito.
A falta de transporte para as dimensões do quadro, foi a principal razão para que o novo dono não ornamentasse mais cedo uma parede do salão da sua sumptuosa vivenda.
Três anos depois, a noiva chegou ao destino!

21 de maio de 2008

Capri c'est fini - Ma France, mon amour


Hervé Villard

Mais um “puto” do meu tempo.

Não era um cantor de embalar! Nem de rock! Nem de twist!
Em 1965, deu um pontapé na areia e fez muitos corações se apaixonarem ao som de "Capri c’est fini".
Em qualquer baile, de bairro ou de garagem, era obrigatório passar esta canção.
Toda a malta nova, mesmo os que não sabiam uma palavra de francês, trauteavam os primeiros acordes, duma recordação do primeiro amor.

...
Nous n'irons plus jamais,
Où tu m'as dit je t'aime,
Nous n'irons plus jamais,
Comme les autres années,
Nous n'irons plus jamais,
Ce soir c'est plus la peine,
Nous n'irons plus jamais,
Comme les autres années;
Capri, c'est fini,
Et dire que c'était la ville
De mon premier amour,
Capri, c'est fini,
Je ne crois pas
Que j'y retournerai un jour.

Liliana Bizineche revive Edith Piaf




Ontem à noite, a minha amiga Lili desviou-me para assistir ao seu espectáculo no Instituto Franco Português.
Cantou Edith Piaff e Maria Tanase, durante noventa minutos.
Foi lindo reviver essas maravilhosas cantoras, ambas amantes da desgraça e desamores.
Maria Tanase, cantora romena falecida na mesma altura de Edith, está para os romenos como Amália Rodrigues está para nós.
No dia do meu aniversário, desde há cinquenta e sete anos, não tinha acontecido nunca - chover e eu não jantar.
Para recordar!
Malgré tout - je ne regrette rien!

20 de maio de 2008

Que bom!


Caretas? Não! Não era o meu caso!
Como qualquer criança, gostava do meu leitinho e da maminha da mãezinha.
Não sei bem porquê, mas ficou-me essa paixão.
Não deixei nunca de venerar tão vitamínico adorno, com que Deus presenteou a mulher.
Foi há muitos, muitos anos e nunca mais esqueci!

18 de maio de 2008

Bruno - Regresso a casa


"Pronts"!
Acabaram as férias! Acabou-se a engorda!

Agora é só mais uns "mesitos" e agente volta a ver-se.

Até já Bruno, até já Ana!

15 de maio de 2008

Salvador Vaz da Silva - Um campeão




Salvador Vaz da Silva, advogado, amante da vida, vencedor da morte!
Sobreviveu a sete tumores nos pulmões e dezasseis no cérebro.
Foram-lhe diagnosticadas três semanas de vida.
Foi "a todas" e venceu a morte!
Salvador, é filho de Alberto e Helena Vaz da Silva, que aqui postei em 22 de Maio de 2007.


Meu Querido Salvador

Foi já tarde que cheguei ao teu sublimado canto de esperança.
O meu apoio e as palavras de esperança que necessitaste, já não vão a tempo de lembrar que o sol pode brilhar todos os dias.
Consumatum est! Felizmente!
Fiquei completamente estarrecido com a notícia da tua vitória sobre o caranguejo, doença que não te conhecia, apesar de com alguma regularidade falar com o teu pai.
Estou imensamente feliz, por ti, mas principalmente pelo Alberto, de quem parece teres sido clonado.
Quando te olho não consigo deixar de ver o puto giro de cabelos tigelados, há muitos anos atrás.
A tua coragem e determinação servir-me-ão de exemplo para a velhice que se avizinha.
És um vencedor, como de resto o é o Alberto e o foi a Helena, teus pais, por quem cedo me apaixonei.
Obrigado aos que te deram alma!
Força Salvador! A tempestade já passou!

13 de maio de 2008

Os Guerreiros de Xian

Foto das verdadeiras estátuas
Cópias existentes em Azeitão

clicar em cima das fotos

Descobri, há dias, numa almoçarada com o Bruno e o Henedino, aqui bem perto de Lisboa, uma cópia duma das maravilhas do mundo. Tivesse ela ido a concurso e certamente estaria entre as sete maravilhas.
Na Quinta da Bacalhôa, em Azeitão, o milionário Joe Berardo, exibe a céu aberto e para quem quiser ver, uma cópia dos Guerreiros de Quin Shihuang.
Para quem não conhece a história, aqui levanto o véu das brumas do passado.
Duzentos anos antes de Cristo, o primeiro Imperador da dinastia Qin, mandou fazer em tamanho natural estátuas que reproduziam com exactidão os guerreiros do seu exército, para serem enterrados com ele e o acompanharem na longa viagem para o além.
As imagens em terracota, enterradas junto ao mausoléu
deste imperador, foram descobertas em Março de 1974 por agricultores locais que escavavam um poço de água.
Julga-se que na construção deste mausoléu terão trabalhado 700.000 artesãos que levaram 38 anos a completar a obra.
8.100 estátuas foram já escavadas até o momento, incluindo soldados, arqueiros e oficiais, todas feitas em poses naturais. Cada figura porta armas reais como lanças, arcos ou espadas de bronze.
Hoje em dia, cerca de dois milhões de pessoas, por ano, visitam o local.
Os guerreiros de Xian - fenómeno arqueológico do passado distante da China.
Muito perto de Lisboa, podemos entrar na história e recrear os sentidos
Por momentos, senti que entrei no passado!
Só por isto – Bem Haja Joe Berardo!

11 de maio de 2008

Gianni Morandi



Aos românticos do meu tempo, aqui deixo a memória dum idolo que várias vezes alimentou as nossas paixões.
Gianni Morandi tem hoje 63 anos e continua um puto.!
Quando tudo parecia perdido, abriu-se o coração.
Gosto de recordar a cena do … fim!

9 de maio de 2008

Dois anos depois do fim


Passaram dois anos!
D.Irene, senhora maravilhosa a quem nunca ouvi um ralho ou um alteração de voz, deixou-nos o legado da calma e da bondade.
Foi há tanto tempo!!! E sei que o J.C. pensa muito nela.
Tomara que esteja a ter longas conversas com a minha mãe!
Estamos no mesmo barco Júlio! Navegando na saudade!

Dizes bem amigo, há chuva nos olhos!

7 de maio de 2008

Emoções que valem uma vida

Há dias, o meu pai, virou-se para dois amigos meus (Petra e Marcelo) que estavam comigo e contou-lhes assim:
- Ontem fui dar uma volta até ao jardim. Perto de mim estava uma velhota com quem acabei por travar conversa.
É hábito nos velhotes, queixarem-se das suas dores. Da alma e do corpo, digo eu.
Lamentava-se a senhora, ser mãe de dois filhos que moram a menos de mil metros dela. No entanto e apesar da curta distância que os separa, há mais de dez anos que os não vê.
- Sabe senhor, os meus filhos não querem saber de mim. Aqui estou abandonada e ninguém me vem visitar.
Emocionado com as lamúrias da velha senhora, abre-se também.
- Coitada de si minha senhora! Que raio de filhos são esses? Olhe, eu tenho bastante sorte. Os meus filhos são os melhores do mundo. Não me falta nada. Fazem-me … isto, isto e aquilo.
Parou para se recompor e continuou:
- Perante os desfiar de tal rosário, olhámo-nos os dois e chorámos em conjunto.
Aqui, o meu pai parou de contar a estória, olhou para mim e … emocionou-se outra vez!

5 de maio de 2008

La Tour Europe


Lá do alto vislumbrava a planura da cidade.
Chovia torrencialmente. As bátegas rolavam em catadupa pelo envidraçado panorâmico.
Florival – meu amigo, esmerara-se em me oferecer um jantar num dos restaurantes mais luxuosos da cidade francesa de Mulhouse.
A cúpula da Torre Europa girava ininterruptamente à volta de si mesma e assim íamos olhando a cidade palmo a palmo.
Sentados à mesa espreitando a ementa, Florival foi interpelado pela garconette trajada a rigor:
- O que deseja, como aperitivo?
- Para mim pode ser um whisky!
- Whisky? Bem …??? pode ser conhaque?
- Não, não! Eu quero mesmo é um whisky!
- Sabe, é que … não temos whisky! Acabou!
- Acabou? Como é possível um restaurante destes deixar acabar o whisky?
- Pois … mas de facto acabou!
Travou-se então um diálogo que a nada levou e ficámos num impasse. Ficar ou não ficar!
Olhámo-nos incrédulos e com um temporal daqueles lá fora, achámos melhor ali continuar.
Por mim tudo bem. Pelo Florival … jantámos com o amargo sabor dum bebida mal digerida.
Aconteceu no século XXI! Em pleno centro da Europa! A dois de Dezembro de dois mil e sete!

4 de maio de 2008

A todas as mães do mundo




Alguém disse um dia: - Mãe, é o local donde a gente nunca devia ter saído!

Podíamos dizer tantas coisas sobre a MÃE.
Não há palavras para esta palavra, apenas três letras - MÃE!
À minha mãe, onde quer que esteja e a todas as mães do globo, a minha vénia sobre a mais dignificante profissão do mundo

Nasceu a Carolina
Nasceu a princesa da serra.
Eram dez horas e oito minutos.
A Adelaide e o Fernando, foram pais duma lindíssima menina..
Nasce uma criança! É o renovar da vida!
Às vezes – num fim de semana, nasce uma Carolina, homenageiam-se as mães!

1 de maio de 2008

Maio - meu Maio




José Afonso - o Che Guevara das canções, compôs e cantou um dia


Maio maduro Maio
Quem te pintou
Quem te quebrou o encanto
Nunca te amou
Raiava o Sol já no Sul
E uma falua vinha
Lá de Istambul
Sempre depois da sesta
Chamando as flores
Era o dia da festa
Maio de amores
Era o dia de cantar
E uma falua andava
Ao longe a varar
Maio com meu amigo
Quem dera já
Sempre depois do trigo
Se cantará
Qu'importa a fúria do mar
Que a voz não te esmoreça
Vamos lutar
Numa rua comprida
El-rei pastor
Vende o soro da vida
Que mata a dor
Venham ver, Maio nasceu
Que a voz não te esmoreça
A turba rompeu